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Toc-Toc. Quem bate? É o futuro, quer me realizar?

Realizar

Já aconteceu alguma vez na sua vida de você ter uma ideia muito boa, ficar muito entusiasmado, mas por alguma razão não concretizá-la e, um tempo, depois ver algumas pessoas fazendo exatamente aquilo que você tinha pensado em fazer?

Eu conheço algumas pessoas com quem isso acontece frequentemente. Só para citar um exemplo, uma dessas pessoas uma vez pensou em fazer camisetas com estampas irônicas, não conseguiu realizar isto e depois de um tempo apareceram vários sites que vendiam camisetas com o tipo de estampas que ela tinha imaginado; depois essa mesma pessoa começou a pensar em fazer hambúrguer artesanal e não fez, logo depois surgiu este boom de hamburguerias artesanais que temos hoje.

Já se perguntou porque isto acontece?

Será que é uma perseguição? Será que você falou demais e aí outros “roubaram” sua ideia porque você não conseguiu guardar só para você? Será que é algo realmente pessoal, o “universo” conspira contra você?

Realizar

Por outro lado, já deve ter acontecido também de você ter tido uma ideia e ter imediatamente realizado, mesmo que sem saber como, sem ter todas as condições favoráveis, mas a ideia era tão forte, tão premente, tão necessária na sua vida, que você saiu fazendo, errou um monte, teve que ajustar para cá e para lá, mas fez. E aí, isso que você conseguiu realizar talvez tenha sido algo bem pequeno, bem pessoal, a ponto de você não valorizar tanto quanto as ideias que você não conseguiu e, por isso, nem notou que provavelmente muita gente fez também algo parecido depois.

Essa mesma pessoa das camisetas e dos hambúrgueres é extremamente criativa em sua casa, inventa soluções para o “banheiro” do cachorro, para o transporte da prancha, para o jardim, etc. No entanto, não valoriza muito as suas realizações porque são pequenas, só para sua própria casa, não são pensadas para serem um negócio de trabalho, de realização no social.

Poderíamos tentar analisar os porquês de não concretizarmos as ideias que temos, mas eu gostaria de olhar para as ideias em si, para o que faz com que muitas pessoas realizem o que nós pensamos, mas não fomos capazes de realizar.

Para isto, preciso falar um
pouco sobre o tempo.

Conhecemos este fluxo de tempo cronológico, que nos leva do passado para o futuro, mas ignoramos que há um outro fluxo, um fluxo de tempo que vem em direção a nós, vem do futuro em nossa direção, do futuro para o passado. Muita viagem? Vamos pensar um pouco…

Porque temos essas ideias, que de repente nos parecem mágicas, que nos deixam entusiasmados e parecem uma solução incrível e, que depois encontramos várias pessoas que tiveram a mesma ideia, já que, tendo eu concretizado ou não a minha ideia, surgem no mundo várias pessoas que realizaram algo muito próximo ao que eu tinha pensado? Porque esta ideia foi um vislumbre de futuro.

Aquilo que precisa ser feito no mundo, que está em consonância com o que vem acontecendo, com os aspectos culturais do meio onde você está inserido, algo que fala de uma característica que ainda não se concretizou ou de algo novo necessário para este grupo, neste momento; seja algo grandioso ou algo bem pequeno: uma ferramenta; uma invenção; uma nova moda; uma nova prática social ou econômica, tudo isso se revela e muitos podem captar, basta ter um olhar observador e estar atento às próprias ideias.

“enquanto estiver só no mundo
das ideias não pode ser comprovada”

E porque é um fluxo que vem do futuro em direção ao passado? Porque é um vislumbre, uma ideia de algo que ainda não existe no mundo, só vai existir, ou seja, só vai ser passado depois que tiver sido realizada; enquanto estiver só no mundo das ideias não pode ser comprovada, pois fica dentro da cabeça, é subjetiva. Só quando se tornar objetiva poderá ser palpável e utilizável por todos e aí se tornará algo que pertence ao grupo, ao social, então estará no presente e se tornará passado, mas enquanto ideia, vive só no futuro, querendo ser realizada, querendo ser presente.


Ótimo conteúdo, não é? Acho que você também vai gostar deste aqui: Pro dia nascer feliz


E é muito bonito pensarmos na palavra presente. Será um presente – uma dádiva -, que se fará presente – estará manifesta -, no tempo presente – hoje, agora. E como este futuro quer se manifestar, quer se presentificar, ele se oferece como ideia e, várias pessoas podem percebê-la, não apenas você. Claro que cada um percebe e vai realizá-la com sua característica pessoal, então sua hamburgueria terá um diferencial, algo que fala de você, mas como ideia primordial, é uma hamburgueria.

Portanto, temos que começar a nos esforçarmos para realizar nossas ideias, aquelas ideias que consideramos muito boas, que nos trazem entusiasmo, nos dão uma comichão, um calor nos membros e na barriga. Temos que nos esforçar para mantermos este calor e só fazendo, só colocando a mão na massa para realizar a ideia, é que isto acontece, bem como só fazendo é que vamos vendo o que pode melhorar, o que está errado e o que está na direção certa para fazermos o futuro chegar.

Quero terminar com um dizer atribuído a Göethe, que pode nos inspirar a tirar nossas ideias da cabeça e realizá-las no mundo:

“Em relação a todos os atos de iniciativa e de criação, existe uma verdade fundamental cujo desconhecimento mata inúmeras ideias e planos esplêndidos: a de que no momento em que nos comprometemos definitivamente, a providência move-se também. Toda uma corrente de acontecimentos brota da decisão, fazendo surgir a nosso favor toda sorte de incidentes e encontros e assistência material que nenhum homem sonharia que viesse em sua direção. O que quer que você possa fazer ou sonhe que possa, faça. Coragem contém genialidade, poder e magia. Comece agora”.

Johann Wolfgang von Göethe

Vamos começar?


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Alexandra Mettrau Guedes
Alexandra Mettrau Guedes
Aconselhadora Biográfica, Psicóloga, Artista Plástica, Formadora de Adultos e Consultora em desenvolvimento humano fundamentada pela Pedagogia Social Antroposófica. “Precisamos evoluir em direção a uma vida com significado e a fazer da nossa própria biografia uma obra de arte que seja a expressão desta autoconsciência responsável” Saiba mais sobre Alexandra
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