A agressividade como linguagem educativa

Mudança, carreira, golf
Mudança, direção e velocidade
9 de abril de 2018
Eu te amo, amor, love
Eu te amei, eu te amo…e te amarei?
11 de abril de 2018
Mostrar todos

A agressividade como linguagem educativa

Agressividade, raiva

Neste texto pretendo de revelar alguns fatores que sustentam a agressividade como linguagem educativa e apresentar algumas dicas e orientações para aqueles que desejam melhorar sua linguagem.

Acredito que cada ser humano expressa o seu melhor e mesmo quando utiliza a agressividade, o faz como seu melhor, pois não conhece outro caminho.

Ao trazer esse tema deixo de lado todo e qualquer tipo de julgamento, para apresentar a minha compreensão do ser humano e suas predisposições para relacionar-se consigo mesmo e com o outro, pois é justamente nas relações que a agressividade se manifesta e quase sempre a agressividade tem o cunho educativo, pois oculta a intenção de ensinar ou aprimorar.

O que é RELACIONAMENTO? conceitualmente é definido como ato de estabelecer uma ligação ou conexão com algo ou alguém. Brincando um pouco com a expressão RELACIONAMENTO, percebe-se que dentro dessa expressão tem outra palavra: ACIONAMENTO. Nesse contexto podemos compreender acionar como ato de despertar, colocar em movimento.

Daí surge uma pergunta: “O que está sendo acionado em mim?”

Nessa visão ampliada de relacionamento trazemos a contribuição dos alemães Bert Heallinger e Rudolf Steiner. BERT HEALLINGER revela que nosso primeiro relacionamento é com a mãe. O modo como eu me relaciono com minha mãe reflete nos meus outros relacionamentos: afetivo, conjugal ou profissional. Se estou realizado, feliz com minha mãe estou pleno para relacionar-me.

Vale lembrar que com nossa mãe partilhamos o mesmo corpo, experiências e emoções por alguns meses e segundo a antroposofia de 0 a 7 anos de idade a criança ainda está totalmente vinculada a mãe.

Cadastre abaixo o seu e-mail e receba os destaques do nCiclos

RUDOLF  STEINER fala do encontro e das forças de desenvolvimento que o encontro desperta em cada pessoa. Para além da simpatia e antipatia, cada encontro desperta forças como: ódio, vingança, medo, impaciência, alegria, confiança, coragem, amor, dentre outras.

Quando estou atento não externaliso essas forças fazendo acusações ou julgamentos e compreendo que são forças despertas em mim, com as quais tenho a valiosa oportunidade de aprimorar-me e evoluir.

Observando esse despertar de forças na família, fica mais nítido o porquê os pais percebem seus filhos de modo tão diferente; uma vez que cada filho desperta nos pais forças distintas.
Vale lembrar que os pais também despertam alguma força nos filhos. Por isso os filhos também respondem aos pais de modo distinto.

Como um pai ou uma mãe responde ao filho que lhe desperta a força do ódio?

Com essa perspectiva das forças que são despertas em meu interior surge o relacionamento intrapessoal. O relacionamento intrapessoal pode ser definido como o encontro comigo mesmo; com a consciência de minhas emoções, sensações, ações e reações.

Eu te convido a observar o diálogo que acontece dentro de você. O que você diz a si mesmo quando algo não alcança o resultado esperado? Quais as palavras de compreensão e conforto utiliza para você quando percebe que foi enganado ou traído? No diálogo interno você utiliza a compreensão ou agressividade como linguagem?

A linguagem que utilizo comigo mesmo, seja ela agressiva ou compreensiva, é a mesma que utilizo com o outro. Portanto meu externo é reflexo do interno. Se almejo melhorar meu relacionamento com alguém, o ideal é começar a me relacionar melhor comigo mesmo.

Quais os fatores sustentam a agressividade como linguagem educativa?

Não se trata de encontrar culpados e sim ampliar a visão para melhor entendimento. Os fatores mais latentes são:

Predominância da consciência inferior.

Segundo os ensinamentos de Jhon Róger o ser humano tem 3 níveis de consciência:

1° – Nível inferior (eu básico): responsável pela fisicalidade, ele cuida para estarmos seguros e protegidos e tem a agressividade como instinto de sobrevivência; é o nível das emoções, da reatividade. Necessita de orientação para agir, pois não faz distinção do certo e errado.

2° – Nível intermediário (eu consciente): é o nível da racionalidade, da compreensão, da razoabilidade para agir, capacidade de fazer escolhas. É responsável por orientar o eu básico.

3° – Nível superior (eu superior): é o nível da expansão da consciência, da percepção sistêmica, da criatividade e da intuição. Apoia o eu consciente para melhor direcionamento do eu básico.

Quando o nível de consciência inferior (eu básico) é predominante aos demais a agressividade é uma constante; para equilibrar o eu básico faz-se necessário o fortalecimento do eu consciente.

Não existe hierarquia entre estes níveis de consciência, eles são assim definidos para melhor compreensão. Lembrando que o ideal é que sejam interdependentes e estejam equilibrados.

Padrões de memória

Eu me lembro que a agressividade é utilizada com intenção educativa na família, na escola, em alguns ambientes sociais; o que constitui uma cultura, socialmente aceita. Quando não utilizo o meu nível de consciência intermediário (eu consciente) para fazer escolhas a tendência é repetir os padrões de memória, ou seja, a minha atitude está no nível inferior de consciência, e a agressividade é uma memória que vai perpetuando.

Linguagem alienante

A linguagem alienante surge de uma autoimagem distorcida, ou seja, eu me vejo como submisso a fatores externos e não como corresponsável com tudo que me acontece. A busca por um culpado é constante, e a fala geralmente é na 3° pessoa: ” agente sofre com a violência”; em vez de dizer: ” eu sofro…” Nesse contexto estou me alienando, me ausentando das situações, da responsabilidade e da vida.

Deixo como dicas ou orientações

Ame-se: seja mais amoroso com você mesmo; observe o seu diálogo interno e quando perceber que está sendo exigente demais seja mais tolerante e celebre as pequenas realizações.

Fortaleça o nível de consciência intermediário:Para esse fortalecimento são necessárias apenas duas coisas: clareza de suas escolhas e perseverança. Seja perseverante diante das escolhas que fizer. Direcione sua vida para o caminho que tem a intenção de viver. Lembre-se perseverante é diferente de teimoso. O perseverante quando está diante de uma dificuldade ou obstáculo, pára, observa, busca compreender e só então decide como proceder. Já o teimoso não pára diante do obstáculo e sim o afronta, não observa e não busca compreender, segue na teimosia ou desiste.

Fale na 1° pessoa: Todas as vezes que você for se expressar fale na primeira pessoa. Eu penso, eu sinto, eu vejo, eu acredito, eu faço ….”
Essa pequena mudança na linguagem fortalece seu poder pessoal e senso de auto responsabilidade.


Gostou do texto? Então leia também: Entenda Constelação Familiar na prática


comentários

Cadastre abaixo o seu e-mail e receba os destaques do nCiclos

Elane Pereira
Elane Pereira
É interventora sistêmica e co-fundadora do Mosaico Humano. Seus conteúdos irão possibilitar a prática da abordagem sistêmica, favorecendo o reconhecimento de padrões limitantes que irão conduzir a autotransformação através de pequenas mudanças comportamentais, trazendo mais consciência do potencial que cada um traz dentro de si. Elane tem um jeito inquieto de ser; é apaixonada por gente e suas potencialidades; está sempre em busca de conhecimento que favorece o iluminar do indivíduo e suas dores. Já escreveu livro, foi policial civil, graduou em Direito e hoje faz parte da empresa Mosaico Humano. "Eu tenho a intenção de contribuir para que mais pessoas aprendam a partir de suas experiências diárias e expandam a consciência através da autotransformação." Contato pelo site www.projetomosaicohumano.com.br  
0