Amadurecer se tornou um privilégio de poucos

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Amadurecer se tornou um privilégio de poucos

Amadurecer se tornou um privilégio de poucos.

A grande maioria das pessoas só tem envelhecido.

“Amadurecer deveria ser refinar-se”. Faz dias que ando com essa frase da Lya Luft na cabeça, desde que vi uma moça berrar com a atendente do Starbucks porque a menina não conseguia entender que tipo de café estava sendo pedido. O passar do tempo, a nossa vivência, a vivência de outras pessoas, isso tudo deveria nos aprimorar, nos transformar em pessoas melhores.

Amadurecer se tornou um privilégio de poucos. A grande maioria das pessoas só tem envelhecido. O mundo anda imaturo e eu ando me sentindo invisível.

Amadurecer deveria nos tornar mais conscientes da importância da nossa postura pessoal, nos tornar mais elegantes, não no que diz respeito a penteados, roupas, sapatos e bolsas, mas no olhar, no ouvir, no pensar, no agir, no desejar, no falar, mais elegantes no tratar com as pessoas, com nós mesmos, com a vida.

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Amadurecer deveria nos ajudar a nos posicionarmos melhor na vida, a percebermos o quanto o lugar onde nos colocamos, onde colocamos outras pessoas ou nos deixamos colocar fala sobre nós.

“Amadurecer deveria apurar nossa consciência”

Amadurecer deveria apurar nossa consciência de que atos geram consequências, de que podemos machucar, ofender, humilhar, prejudicar, limitar, desestruturar completamente alguém com as decisões que tomamos ou deixamos de tomar nas nossas vidas.

Amadurecer deveria nos ensinar a respeitarmos e considerarmos as histórias de vida de outras pessoas, suas origens, suas perdas, suas construções, suas realidades, nos ensinar a construirmos por nós mesmos e não a tomarmos o que não nos pertence.

Amadurecer deveria nos ajudar a entender a importância do autoconhecimento, do amor-próprio, de nos preservarmos, de preservarmos as nossas vidas e os relacionamentos que fazem parte dela, preservarmos a nossa identidade e a nossa dignidade.

“os nossos olhos são as janelas da alma”

Amadurecer deveria nos tornar mais plenos, mais livres, mais abertos para a vida, mais seguros, mais verdadeiros, mais confiáveis, mais capazes de amar e de merecermos o amor que nos oferecem, menos aptos a perder o que conquistamos por bobagens, a errar, a julgar, a subjugar.

Dizem que as janelas são os olhos das nossas casas, os nossos olhos são as janelas da alma e os olhos de quem nos olha, gigantescos espelhos. É nesses espelhos que nos refletem, ou no vazio que carregam, que nos enxergamos com verdade e sentimos, realmente, se o tempo tem passado, ou não, em vão.

Leia também o texto: O melhor da vida acontece de dentro para fora.

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Este texto faz parte da Rota: Fruta Madura é mais doce. Uma seleção de conteúdos que trazem a doçura da fruta madura para esta fase da vida, a Maturidade. Clique abaixo para conferir.

Ana Andrade
Ana Andrade
Ana nos encantou por sua sensibilidade e pelos seus belos textos. E é assim que ela se apresenta: “Eu costumo falar sobre a vida, aquela que vivo e a que observo, ouço, testemunho. Falo sobre viver, ser casada, ter sido solteira, ter sido divorciada, ser mãe, ser filha, ser amiga, ser mulher, sobre os livros que li, os filmes que assisti, as peças de teatro que pude prestigiar, os lugares que conheci, sobre erros e acertos, perdas e ganhos, escorregar e levantar, sempre com foco nas pessoas que fazem parte desses universos todos – o que me inclui – no que aprendi com elas, em como me modificaram, em como modificaram o mundo que as cerca, em como ajudaram a ter uma percepção maior de quem eu sou, do que represento, do que é preciso mudar em mim mesma.” Saiba mais sobe Ana Andrade
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