Autocompaixão: O laço afetivo entre você e você mesmo

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Autocompaixão: O laço afetivo entre você e você mesmo

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Temos a tendência de cuidar, apoiar e compreender aos outros; porém quando o assunto somos nós mesmos, muitas vezes deixamos de nos cuidar. Inclusive, quando falhamos nos punimos, emocionalmente, cognitivamente e/ou até fisicamente. 

Estabelecemos um vínculo com nós mesmos repleto de crítica e julgamento. Somos muito bons na autocritica, porém na autocompaixão deixamos a desejar.  De acordo com Kristin Neff, professora de psicologia da Universidade do Texas em Austin e maior pesquisadora do assunto, “autocompaixão significa ser compreensivo e gentil consigo mesmo, sem ficar se culpando ou criticando demais. É um aprendizado de se tratar com bondade, da mesma forma que trata um ente querido”. 

A autocompaixão envolve três pilares:

1) Auto-bondade (self kindness) – compreender a si e não julgar negativamente;

2) Senso de humanidade – perceber que todo ser humano também sofre, erra e/ou pode eventualmente vir a sofrer e errar no futuro;

3) Mindfulness –  vivenciar o momento presente, permitindo sentir cada sensação e emoção sem nenhum tipo de julgamento.

Estudos demonstram que cultivar este tipo de atitude consigo mesmo faz bem para a saúde e auxilia no sucesso do processo de mudança comportamental: pessoas com bom desempenho em testes de autocompaixão apresentam menos índices de depressão e ansiedade, tendem a ser mais felizes e mais otimistas, influenciam hábitos alimentares, além de ajudar na perda peso (“A dieta da autocompaixão”, Jean Fain).

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A autocompaixão é importante, pois evita críticas destrutivas a si mesmas, estabelece um vínculo afetivo com o seu “eu” interno e ainda serve de ferramenta para lidar com momentos de recaídas. Passamos a ver nossas falhas como parte normal de ser humano – a experiência humana inclui erros, não tem jeito, mas a forma com que lidamos faz toda diferença na hora de se reerguer. 

Como os próprios estudos de Neff demostram, as pessoas que tem autocompaixão e não atingem seus objetivos, percebem que não será o fim do mundo, porque elas não determinam seu próprio valor com base no sucesso.  E seguem em frente para conquistar seus sonhos.

Em níveis moderados, a autocritica pode ser um motivador para a mudança, mas quando manchada com percepções negativas, pode ser prejudicial. Quando há muita crítica, se desenvolve o medo de errar, assim levando a estagnação total. O importante é encontrar um equilíbrio entre a autocrítica e a autocompaixão, onde a busca pelo “melhor eu” é constante, mas sem a necessidade de se colocar para baixo em qualquer tropeço. 

Seguem cinco dicas para começar a praticar a autocompaixão:

– Troque as críticas por compreensões. Elabore pensamentos como “Eu sei que errei mas faz parte…”

– Diminua o tom da voz interna de autocrítica. Sempre que “escutá-la” lembre-se de que é você mesmo se criticando.

Registre elogios! Crie um diário, jornal, lembretes, etc. com os elogios que recebe.

Faça uma lista das suas 3 principais qualidades.

Dedique tempo para cuidar de você mesmo. Este tempo para você e com você é uma forma de cultivar o relacionamento.

O laço afetivo entre você e você mesmo é o vínculo mais importante de sua vida. Trate-se com carinho, respeito, amor e compaixão. Você é o seu maior presente. 

“Um momento de autocompaixão pode

mudar seu dia.  A prática constante de

autocompaixão pode mudar a sua vida.”

Christopher Germer


Aproveite para ler – Pausa: momento mágico para cultivar o bem-estar


Sharon Sarah Sachs Feder
Sharon Sarah Sachs Feder
Psicóloga formada pela Brown University (EUA) e Coach de Saúde e Bem-Estar. Sócia e diretora administrativa da Carevolution Consultoria em Saúde e Bem-Estar. “Transformar a realidade que atuamos para incluirmos novos modelos de gestão de saúde que sejam mais eficientes, empáticos, mensuráveis e personalizados. ” Saiba mais sobre Sharon
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