Sou pai! Como posso ajudar meus filhos a comer bem?

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Sou pai! Como posso ajudar meus filhos a comer bem?

Qual é o papel do pai na formação dos hábitos alimentares dos filhos? Na teoria a resposta é simples: o mesmo que o da mãe. Mas na prática, isso é um desafio para os papais (e para as mamães!) da sociedade moderna.

O dia dos pais é comemorado esse mês, por isso vamos aproveitar esse texto para homenageá-lo trazendo uma reflexão sobre seu papel na alimentação de filhos e filhas, com sugestões práticas para ajudá-lo nessa importante responsabilidade.

Embora ambos, pais e mães, tenham, na teoria, a mesma responsabilidade por alimentar e educar os filhos para que eles tenham uma alimentação que contribua com seu crescimento e desenvolvimento, na prática isso é algo novo, que ainda está sendo construído, inclusive em relações com dois pais ou duas mães. Historicamente esse papel sempre foi da mãe/mulher, mas as novas gerações de pais estão tendo que se adaptar às mudanças da sociedade, que busca uma divisão igualitária das responsabilidades com relação aos filhos.

E isso é um desafio, tanto para pais quanto para mães, pois ambos foram criados em um cenário diferente do atual, no qual o pai não tinha esse papel de alimentar e educar a criança, mas apenas de prover condições financeiras para que os filhos comessem. Portanto, o pai de hoje não teve uma referência familiar para tal comportamento e nem a atual mãe aprendeu que essa responsabilidade deve ser compartilhada com o pai da criança. Então ambos precisam “inventar” essa nova família, essa nova forma de viver! E todos só tem a ganhar: os pais, por participarem mais ativamente na vida dos filhos; as mães, por terem com quem dividir essa grande responsabilidade; e os filhos, que terão o apoio de duas pessoas para algo tão importante em suas vidas e em seu futuro: a alimentação.

“Sou pai! Como posso ajudar meus filhos a comer bem?!” Existem muitos caminhos, mas algumas práticas são essenciais:
Seja exemplo!

Aquela frase “faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço” não funciona na alimentação infantil ou em qualquer situação com a criança. Os filhos observam os comportamentos dos pais: o que, onde, quando e como comem. E, mais cedo ou mais tarde, vão imitá-los! Por isso seja um modelo da alimentação que você quer que seu filho tenha. Não adianta dizer “coma salada” e não comer. Se a salada estiver no seu prato desde que a criança nasceu, ela vai observar seu comportamento e assim será mais provável que ela queira salada também.

Faça parte da escolha, compra e preparo dos alimentos que serão oferecidos:

A responsabilidade sobre o que é oferecido à criança é do pai e da mãe, por isso escolham juntos, os alimentos que terão em casa, preferindo alimentos naturais, de todos os grupos alimentares essenciais para o desenvolvimento da criança: frutas, verduras, legumes, cereais e tubérculos (arroz, macarrão, pães, batata…), carnes e ovos, leite e derivados (queijo, iogurte), feijões (feijão, lentilha, grão de bico…).

Evite comprar ou compre poucos alimentos ultraprocessados

Refrigerantes, salgadinhos de pacote, doces, chocolates, bolachas recheadas, empanados tipo nuggets, hambúrgueres, macarrão instantâneo, frios, embutidos, etc. Evite deixá-los visíveis ou acessíveis e evite oferecer. Permita que a criança coma apenas se ela solicitar e como parte das refeições, nunca substituindo as mesmas.

Coma na mesa com seu filho:

O momento da refeição é uma oportunidade para pais e filhos conversarem, se conhecerem e fortalecerem seu vínculo. Além disso, comer com seu filho contribui para que ele construa uma boa relação com a comida, mas para isso é fundamental que esse momento seja agradável, sem discussões à mesa e com liberdade para que a criança decida o que quer comer, dentre as opções da mesa, e em qual quantidade. Isso reforça a importância de escolher bem os alimentos que serão disponibilizados.

Estabeleça horários e locais adequados para a alimentação da criança

Preferencialmente em horários regulares e ambientes calmos e sem distrações, como TV, celular, tablet, etc. E lembre-se de fazer isso também!

Acompanhe o comportamento alimentar da criança:

O que ela come, onde, quando, como… Tanto em casa quanto fora de casa. E lembre-se: crianças são crianças, adolescentes são adolescentes! Brinque, incentive, desafie, escute, converse, mas… limite, explique, negocie e respeite. Uma boa educação alimentar é construída com diálogo, não com imposições e proibições. EDUQUE PARA AUTONOMIA!

Muitas vezes, pais e mães discordam sobre a educação alimentar dos filhos. É fundamental conversar (longe da criança!) e decidir juntos o tipo de alimentação que vocês querem oferecer para os filhos, chegando a um acordo que seja bom para ambas as partes e, principalmente, para a criança. Se houver muita discordância, procure um nutricionista para orientação, de preferência com experiência em alimentação infantil. Alguns sites também podem ser úteis, pois contém informações e publicações confiáveis, como os sites da Sociedade Brasileira de Pediatria e do Ministério da Saúde.

Dúvidas ou sugestões? Escreva para nós: neusa@nbnutricao.com.br e bianca@nbnutricao.com.br. Até o próximo encontro!


Aproveite para ler: A alimentação saudável começa no berço


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Neusa Moura & Bianca Iuliano
Neusa Moura & Bianca Iuliano
Nutricionistas, formadas na USP, sócias e diretoras da NB Nutrição e Bem-estar, consultoria especializada em programas e atividades de educação alimentar para empresas e escolas. “Pretendemos criar experiências e despertar a consciências das pessoas para a construção de uma boa relação com a comida, resgatando o valor da comida e do comer como fonte de prazer e saúde, em seu aspecto amplo: bem-estar físico, mental e social.” Saiba mais sobre Neusa e Bianca
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