“Eu quero desaprender para aprender de novo. Raspar as tintas com que me pintaram. Desencaixotar emoções, recuperar sentidos.”
Rubem Alves
Todos nós já nos encontramos frente a um desafio e diante dele, algumas vezes, fazemos aquela conhecida pergunta: Nossa, como eu fui me meter nisso?
Desafios são chamamentos para se fazer algo que acreditamos ser além das nossas possibilidades, algo para ser vencido ou superado. E é nessa cobrança competitiva de vencer e superar que encontramos resistência e, em muitas vezes, o recuo. Olhando para essas barreiras que nos fazem desistir de enfrentar muitos dos desafios e recuar, penso que o problema talvez não seja o desafio em si, mas a cobrança interna de não errar, de fazer o melhor, de vencer, de ser aceito e reconhecido por isso.
Estamos tão sérios e tão preocupados com o sucesso da vida profissional, da vida como um todo e dos tantos desafios, que esquecemos que a diversão pode fazer parte dessa história sem que, para isso, tenhamos que comprometer a dedicação e consistência da entrega.
Aqui estamos falando de um dos componentes mais importantes para o bem viver: o brincar!
Alguns avanços nos estudos da Biologia, Psicologia e Neurologia mostram que brincar modela nosso cérebro, nos ajudando a promover a empatia, facilitando as relações pessoais, bem como a nossa criatividade e inovação, nos ajudando a lidar com as dificuldades e soluções de problemas.
Os moldes sociais, que tendem a nos encaixar, em geral desaprovam esse lado mais brincalhão que tínhamos quando crianças, quando, talvez, possa ser esse o lado que mais precisamos valorizar, e que nos ajudará na condução dos relacionamentos, resgatando a leveza que impedirá que eles se desgastem nas inquietações cotidianas.
Diferente do que aprendemos nesse processo de se normalizar, brincar nos ajuda na recuperação do entusiasmo e expansão do lugar onde reside o nosso melhor, promovendo alegria e satisfação para o viver.
Mas somos o que somos como resultado de uma vida! Ao longo dos anos vamos sendo moldados para assumir nosso lado mais sério e fazedor e – encaixados nesse molde – vamos nos complicando nas questões da vida e nos afastando do nosso lado criança, mais alegre, criativo e brincalhão.
A boa notícia é que isso pode ter solução. Não precisamos aceitar isso sem fazer uma mexida a nosso favor. Podemos e devemos! Mesmo que o caminho não seja fácil. O empenho está no esforço de aprender a desaprender e fazer a roda rodar no sentido que desejamos.
Este é o grande desafio: aprender a desaprender! Mas – o mais importante – é realizarmos esse desafio apenas desejando viver uma experiência divertida e que nos leve até o quintal da nossa criança para nos dar espaço na leveza de fazer a vida acontecer com alegria.
Experimente. Desafie a sua criança! Escolha um desafio que sempre sonhou realizar e deixe acontecer apenas para se divertir.
Afinal tudo é experimentação e o caminho é o que importa.
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