Nasceríamos mulheres todas as vezes que nos fosse dada a escolha

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Nasceríamos mulheres todas as vezes que nos fosse dada a escolha

Nasceríamos mulheres todas as vezes que nos fosse
dada a escolha, por todas as vidas que pudéssemos nascer!

 

Acordamos mulheres a cada raiar de sol ou chuva. Mesmo cientes que o mundo lá fora é dos homens. E como compreendemos que fizeram o sistema assim, ficamos andrógenas por algumas horas do dia, com calças e chefias. Isso não nos tornou iguais, isso nos deu equidade. Nos tratem com respeito pela escolha íntima e irrevogável de sermos mulheres em toda essência.

Se nos fosse dada a escolha de não sangrar mensalmente durante anos, ao escolhermos não gerar vida, continuaríamos sangrando. Sangue esse escondido por entre nossas entranhas, derramado como lágrimas de um filho não permitido ou não escolhido.

Se escolhêssemos gerar todos os anos, geraríamos, porque nos foi confiada a semente. Sim, somos nós que escolhemos!

A natureza um dia nos dará rugas, mãos trêmulas, cabelos brancos, um corpo não tão atraente e cometeremos o grande pecado de envelhecer, porque esse sistema condenou isso também. Mesmo assim, continuaríamos escolhendo ser mulheres! Cada marca é a marca de uma vida bem vivida. Viver bem não é só prazer que sacia é ter prazer até quando a ferida está a sendo aberta.

 

Amamos poder ser todas durante o dia,
todos os dias, até o fim da vida!

 

Fomos feitas assim. Essa confiança nos foi dada. Se fossemos até mais unidas, o mundo já seria nosso (que bobagem, não é mesmo?) e não excluiríamos os homens como sendo menos, porque sendo mulheres, sabemos da importância do todo.

Mulheres sabem ser, sem agredir para conseguir. E foi isso que feriu muitos durante milênios.

O mundo dividido e conquistado por homens até nos curvou, mas nunca nos quebrou! Por fim, de um jeito ou de outro, a nós sempre recorrem e sempre, mas sempre estaremos lá, seja lá onde for.

E nós, a quem recorremos? A nossas tantas que nos habitam. É dádiva que poucas estão conseguindo reconhecer nesses tempos atuais e também há poucos, que no seu íntimo também nascem, escolhem e assumem ser mulher!

 

Sejam bem vindos. Amamos vocês!

 

Homens, sendo e vivendo o ser homem, ao se permitirem viver com uma mulher que escolheu ser plena, entendam, somos todas que precisam que sejamos, mas nunca deixando de ser, aquela menina que um dia permeou os seus sonhos, que abalou seus instintos, que se permitiu a vocês, muitas até recebendo e perpetuando suas sementes e cuidando dela.

Cuidem apenas da menina que habita dentro dela. Só assim, as tantas mulheres que escolhemos ser dentro de nós, sempre estarão ao lado de vocês, porque sendo mulheres sabemos, são apenas meninos também. E essa é beleza.

Rubia Zanettini
Rubia Zanettini
Nascida em Capão Bonito, interior paulista. Uma “pé vermeio" com muito orgulho. Não sou jornalista e não sou escritora. Prefiro me definir como escrevedora. Escrever é um atrevimento e por amor tão somente. Formada professora nos bancos da escola. Micro empresária na área de Informática. Apreciadora de artes. "Meus textos basicamente são conversas com os leitores. Acredito que todos têm a contribuir com suas vivências. Cada ser carrega isso dentro de si, apenas esperando o despertar correto, que possam vir através das letras em forma de diálogos. Nada é estático ou absoluto no Universo. Meus textos buscam esse foco. Sinto por vezes, que o nosso planeta, no nível de consciência humana, está à parte dele, e isso tem nos deixado perdidos quanto a nossa verdadeira missão ao ter vida, que é simplesmente viver, evoluir, sem transgredir nossas raízes ancestrais e culturais. Se conhecer, aprimorar e crescer." Saiba mais sobre Rúbia    
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