Muitas vezes me sinto queixoso, certo de que as coisas não estão como eu gostaria e isso me gera um grande desconforto. O simples fato de estar focado em algo negativo desloca minha atenção para coisas que produzem mais resultados similares. Isto é comum e inconsciente, na maioria das pessoas. Assim, quando menos espero, lá estou eu, queixando e resmungando por coisas pequenas, sem ao menos me dar conta, mas resmungando. Fato é que isto me mantém no mesmo lugar, produzindo os mesmos resultados. Parece simples demais, e é. O que pode não ser tão simples é mudar o foco.

Mudança tem a ver com escolhas e isto também pode ser um incômodo. É incrível a habilidade que o ser humano tem de se adaptar às situações, mesmo que elas não produzam os resultados desejados. Por vários fatores, buscamos a comodidade do conhecido ao invés de explorar o incômodo do desconhecido, e por isso seguimos com o que conhecemos, mesmo que também possa ser incômodo. Enquanto escrevo me dou conta que chega a ser paradoxal, ou seja, não faz sentido, mas é assim que muitas vezes me encontro.

Um dia escutei de um amigo que, quando eu estivesse cansado de estar cansado, de estar cansado de estar cansado, aí eu mudaria. E assim tem sido. Quando eu chego no limite de alguma coisa, e já não tem espaço para qualquer queixa, daí eu mudo o foco e sigo para outro lugar. Isto pode não ser o mais saudável, mas assim tem sido.

Em minhas observações, a falta de consciência e percepção de onde eu estou e para onde estou indo rege meu dia, na maioria das vezes. Ou seja, eu acordo, faço coisas, como, faço coisas, descanso, faço mais coisas, durmo e o ciclo se repete sem que eu tenha a mínima ideia de para onde eu estou indo. A forma que encontrei para lidar com isto é simples e tem funcionado. Quando me pego nesse estado letárgico de inconsciência natural eu páro e me pergunto: para onde mesmo estou olhando? Para onde mesmo quero ir? Onde mesmo quero estar? Para que estou fazendo o que estou fazendo? O simples fato de pausar já alivia a pressão e relaxa. Quando eu tenho consciência da minha respiração eu aí posso observar melhor e fazer escolhas que me apoiam, ao invés de seguir com as escolhas que me afastam do meu melhor.

Se você, assim como eu, também sofre do mal da inconsciência, experimente parar por um instante, fechar os olhos e respirar profundamente. Depois, abra os olhos e observe o que está presente. Fique neste lugar de observador até enxergar para onde você quer ir. Faça novas escolhas e avance em direção do que lhe apoia. Experimente fazer diferente. Talvez funcione.