Nossa vida é marcada por pequenas mortes até que chegue a última grande morte desta vida. Houve um tempo em que esta irmã maior do sono era vista não como um fim, mas uma pausa para a transformação. As crises que passamos são nossas pequenas mortes, das quais saímos transformados e fortalecidos. As pequenas mortes sempre trazem a oportunidade de recordar nossos valores essenciais e nossos propósitos de vida, pois apontam para a grande morte. Uma bela imagem a que podemos comparar este fenômeno é a da borboleta que sai da fase de lagarta, passa por uma grande crise, se transforma e sai para outra vida mais leve e luminosa.
Muitas pessoas perguntam se acredito em reencarnação. Não é uma questão de acreditar, mas de enxergar, perceber. Talvez isto não seja possível a princípio, então o importante é tentar conviver com a ideia sem preconceito, tomá-la como uma hipótese e ver como ela pode ser confirmada.
Podemos começar com uma comparação entre os reinos: o mineral não transmite sua forma às próximas gerações, fenômeno que já ocorre no reino vegetal. Houve uma época em que se acreditava que os peixes nasciam do lodo do rio entre outros “disparates”. Hoje sabemos que no reino animal além dos genitores transmitirem a forma aos filhotes, enquanto embriões estes passam por todos os estágios evolutivos dos animais inferiores até chegarem a sua espécie.
E no reino humano, o que ocorre? Os seres humanos nascem cada qual com uma individualidade, única em todo o universo, portadora de dificuldades, potenciais e talentos. De onde vêm estas dificuldades, potenciais e talentos? Será que elas podem fazer parte de algo eterno em nós, de um cerne espiritual que atravessa as encarnações? É possível conviver com esta pergunta e observar o fenômeno em nós mesmos, em nossos amigos, nas crianças ao nosso redor?
Se quiser alguns exemplos mais extremos é possível buscar por “crianças tocando” no “youtube”. Se ainda assim fica difícil conviver com a ideia que vivemos muitas vidas não tem problema nenhum, até porque não tenho a intenção de convencer ninguém.
Aquelas aulas de piano, o curso de alemão, de desenho, etc, mesmo sem conquistar a habilidade pretendida, o esforço não foi em vão: crescemos com ele. Diferente das posses materiais, do carro que fica velho, do aluguel que pagamos todo mês, das horas em frente da TV, todo tempo e esforço que investimos para aprender ou conquistar uma habilidade isso não se perde.
O raciocínio é simples: imagine que você desperte no Japão, sem saber falar japonês, sem dinheiro, só com a roupa do corpo. Dali a um ano a nova vida que você construir por lá será o reflexo dos talentos e habilidades espirituais que você trouxe. Imagine que você desperte em uma outra vida, é possível?
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