Em 1995 eu tinha 24 para 25 anos e fui, toda jovem e durona, assistir ao “dramalhão” MARAVILHOSO, que me fez chorar copiosamente do começo ao fim: As Pontes de Madison. Nunca me esqueci da fala de Clint Eastwood: ”Tenho a impressão de que tudo que fiz até hoje foi para chegar até você*1”.
Não é difícil adivinhar a situação: eles se amam e Robert entende que toda a sua vida o levou para um dia encontrar e amar essa mulher. Na hora eu não compreendia bem todo o significado disso, mas imediatamente reconheci que havia ali uma verdade maior do que o contexto no qual ela se apresentava.
Já houve um momento na vida em que repentinamente você teve a percepção de que tudo fez sentido; de que acontecimentos aparentemente desconexos passaram a ter uma conexão que o fez chegar naquele momento e naquele lugar para passar pelo que estava passando ou para fazer o que estava fazendo? Como ilustração cito o curso de caligrafia que Steve Jobs fez quando era jovem e que, muitos anos mais tarde, foi fundamental para a criação das fontes do Macintosh*2.
Geralmente é um lapso de tempo, mas significa toda uma existência e, dependendo da atenção que damos a este momento, ele pode ir perdendo aos poucos sua força até nos esquecermos dele ou pode se tornar a mola propulsora para muitas e novas buscas e realizações.
Pois bem, foi assim que essa fala ressoou em mim desde então, como uma certeza de que há algo a ser alcançado, realizado. Algo que dará sentido a toda a minha trajetória, não que eu a considerasse sem sentido naquela época, só que eu ainda não compreendia seu rumo e significado.
A primeira vez que eu vivi isto foi quando eu entendi que um relacionamento que me levou a morar por um tempo em outra cidade foi o que me fez encontrar a Antroposofia, divisora de águas na minha biografia, pois, a partir de então, meus questionamentos, minhas buscas, meu olhar para mim mesma e para o mundo e minhas formas de me relacionar foram se transformando e passaram a ter uma direção e uma base. Esta compreensão veio muitos anos depois, mas neste momento eu senti gratidão por este homem que entrou no meu destino para me ajudar a encontrar meu caminho e entendi que cumprimos o que tínhamos para fazer juntos. Muito obrigada!
Agora estou vivendo novamente um momento assim, tenho a certeza de que tudo o que vivi, busquei e aprendi, tudo o que me tornei, pessoal e profissionalmente, converge para a realização da grande obra da minha vida: a Formação em Economia Viva.
É uma percepção difícil de explicar porque é uma clareza acompanhada de um entusiasmo e uma força para seguir, a certeza de que é por isto que estou neste planeta, neste momento; quando penso em porque estudei tudo o que estudei, todas as formações que fiz, tudo em que trabalhei, a arte, a biologia, o direito, a psicologia, a Antroposofia, todos os lugares e pessoas que conheci, sei, indubitavelmente, que tudo o que fiz foi para criar esta Formação, tudo o que EU SOU converge para esta realização e este é o propósito da minha vida, esta é a minha grande obra. Não que ela seja a única ou a última, mas é o motivo de eu estar aqui neste mundo; antes dela tudo foi aprendizado, além dela tudo será bônus.
É uma formação que uniu 3 pessoas com diferentes e complementares backgrounds e que se reconhecem realizando juntos suas grandes obras de vida: eu, Alexandra, com o encontro entre a arte e a ciência proporcionando a ampliação da percepção do mundo e de si próprio e sua conexão livre e responsável; Rodrigo Ventre com a compreensão da vida financeira e da tríade social de Rudolf Steiner na experiência com processos individuais e organizacionais, promovendo relações fraternas baseadas no “ganha-ganha” na economia e; Luciana Pinheiro Ventre com a conexão entre estética e ética, proporcionando encontros interpessoais que percebem e reverenciam a essência individual e incentivam a expressão desta nas ações e relações humanas.
É uma formação que se fundamenta na certeza de que cada um tem uma grande obra a realizar, e quer promover os meios para a tomada de consciência individual disto e sua concretização.
E que tem como princípio também a certeza de que o encontro é sanador e transformador e de que a economia é o palco onde os encontros podem ser mensurados e analisados objetivamente, proporcionando a percepção das necessidades e possibilidades de todos, de forma a transformarmos relações competitivas de ganha/perde em relações cooperativas onde todos os envolvidos e a sociedade ganham.
Se você se interessou em saber mais informações sobre a Formação em Economia Viva é só acessar o site www.economiaviva.com ou seguir pelo Instagram
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*1 – A fala completa de Robert Kincaid, interpretado por Clint Eastwood, para Francesca, personagem de Maryl Strep é: ”É por isso que estou neste planeta, neste momento, Francesca. Não é para viajar nem para tirar fotografias, mas para te amar. Agora sei. Quando penso em por que fotografo, a única razão que me vem à mente é que passei minha vida tentando chegar aqui. Tenho a impressão de que tudo que fiz até hoje foi para chegar até você”. Desta vez o crédito vai para o Google e o débito para minha memória…
*2 – Fonte: Faça como Steve Jobs. Carmine Gallo. São Paulo. Lua de Papel. 2010, p. 216
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