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Aprender pode ser prazeroso e mais produtivo

Treinamento, aprendizado

Quando falamos em treinamento e desenvolvimento (T&D), logo pensamos em uma estratégia diferenciada, quase uma formula mágica para capacitar os colaboradores. Afinal, todos já estamos cansados do modelo tradicional de treinamento e ninguém aguenta mais horas e horas de estudo, utilizando apenas as técnicas clássicas de aprendizagem. De acordo com a andragogia (a arte de orientar adultos), o treinamento deve ser relevante, estar relacionado com as atividades profissionais e contribuir para a solução de problemas reais.

Existem várias estratégias de aprendizagem que buscam a valorização do indivíduo como ser livre, ativo e social, resignificando o processo de aquisição do saber e valorizando a maneira como cada indivíduo assimila novos conhecimentos. Segundo o Psiquiatra americano William Glasser, em sua pirâmide de aprendizagem, ele esclarece que cada pessoa aprende de uma maneira diferente: 10% aprendem lendo; 20% escrevendo; 50% observando e escutando; 70% discutindo com outras pessoas; 80% praticando e 95% ensinando.

O objetivo da escolha das estratégias experienciais é agregar novos conhecimentos e, consequentemente a mudança de hábito, de uma apresentação mais habitual e formal para uma mais dinâmica, descontraída, interativa e atual.  

Vamos falar de algumas técnicas de treinamento:
1) Aprendizagem  vivencial

As estratégias vivenciais ou experienciais geram no aluno um grande benefício, pois mobiliza o uso unificado e ordenado do aprendizado físico, cognitivo e emocional. Isto possibilita desenvolver e maximizar conhecimentos e habilidades pessoais e profissionais. Além da mobilização de várias aptidões, desenvolvem competências comportamentais, que são muito valorizadas no mundo corporativo.

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As pesquisas demonstram que as atividades vivenciais promovem o equilíbrio e a harmonia dos dois hemisférios, direito (emocional) e o esquerdo (racional), de maneira natural. Para desfazer os possíveis bloqueios, as barreiras e promover a mudança de paradigmas faz-se necessário criar um ambiente lúdico, de confiança, sustentado pela criatividade e espontaneidade.

Os jogos e as dinâmicas são técnicas de aprendizados vivenciais. São muito prazerosos e lúdicos. Por meio deles o individuo é capaz de liberar suas emoções e reações. De transformar um problema hipotético numa realidade vivenciada na sua rotina de trabalho ou na organização.

O treinamento vivencial deve ser realizado em um ambiente apropriado para que o indivíduo possa experienciar as quatro emoções básicas, ou seja, medo, raiva, tristeza e alegria. Isso gera um aproveitamento positivo dessas emoções, desenvolvendo no participante a autoconfiança, o autoconhecimento além de aprender a lidar com pressões no cotidiano, stress e medos.

2) Artes cênicas

As artes cênicas, utilizadas como estratégias de desenvolvimento organizacional promovem treinamento construtivista, pois proporcionam maior integração entre os participantes, desenvolve o trabalho em equipe, estimula a criatividade, resultando numa visão compartilhada por todos.

Podemos afirmar que essa estratégia transporta o espectador a domínios aonde, anteriormente, só o sono e os sonhos o levariam, pois o processo de aprendizagem não passa apenas pelo cognitivo, mas também pela emoção.

O teatro tem a capacidade de reduzir as fronteiras espaciais, temporais e sociais, além de promover a melhoria da performance profissional dos participantes.

3) Metodologias ativas

A metodologia ativa é também conhecida como técnica da problematização, pois se inspirou em problemas que geram curiosidade e desafio para os alunos. É considerada como método inovador, embora tenha surgido nas primeiras décadas do século XX.


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Essa metodologia baseia-se no processo ação-reflexão-ação transformadora, que se fundamenta nos princípios de Freire (2015). Onde o aluno é personagem principal e o maior responsável pelo processo de aprendizado. Segundo o educador, pedagogo e filósofo Paulo Freire “não é no silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho, na ação-reflexão.” Trata-se de uma abordagem sociocultural, ou seja, a aprendizagem deve se guiar pelas experiências do aluno.  Exemplo: um operador de máquinas deve aprender a ler a partir das palavras que compõem o seu cotidiano como guincho hidráulico, empilhadeiras, etc. Dessa forma a imagem do objeto é associada à palavra, gerando maior aprendizagem.

Dentre as metodologias ativas mais reconhecidas estão o estudo de caso, os debates e as simulações. A simulação é uma experiência ou um ensaio, no qual se procura representar com semelhança, uma determinada situação, o que acontece ou poderia acontecer na vida real.

“não é no silêncio que os homens
se fazem, mas na palavra, no
trabalho, na ação-reflexão.” Paulo Freire

Vale ressaltar que a escolha das atividades vivenciais e das metodologias ativas devem estar alinhadas ao conteúdo ministrado. E, que elas, por si só, façam a diferença.

Para se alcançar os resultados esperados é importante estimular e incentivar a exposição de ideias, sentimentos do grupo, ainda que divergentes entre si. Cabe ao coordenador demonstrar que todas as contribuições são valorizadas. O papel do facilitador é gerar oportunidades para os participantes obterem as metas de crescimento. Para isso, ele tem várias perspectivas como: ficar em silêncio, apoiar, desafiar, informar, flexibilizar, até ser enérgico, desde que promova o desenvolvimento das pessoas.

Ao finalizar cada atividade deve-se realizar o processamento. Pois, é nesse momento que se valida à experiência, agregando valor e possibilitando as conexões com o mundo do trabalho, gerando oportunidade de livre expressão dos sentimentos, comentários e discussões espontâneas sobre as fraquezas e fortalezas, extraindo lições para aplicação na vida real.

Por meio dessas estratégias é possível potencializar e desenvolver diversas competências como tomada de decisão, liderança, riscos calculados, capacidade de resolução de problemas, integração de equipes, criatividade, negociação e principalmente o autoconhecimento.  Você percebeu que aprender de forma lúdica é mais produtivo e prazeroso, tornando-se um fator chave o para o sucesso da aprendizagem e consequentemente o sucesso profissional e empresarial?

E você, tem alguma experiência com essas metodologias de treinamento? Deixe seu comentário no espaço para discussão, logo abaixo da página. Compartilhe suas experiências, sua opinião conosco.  Vou adorar ler o seu comentário.


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Cleuza Pimenta
Cleuza Pimenta
Professora de MBA. Consultora empresarial com foco em treinamentos experienciais. Mestre em Administração, com formação internacional, na George Washington University - Washington DC – EUA. Especialista em Gestão Estratégica de Recursos Humanos, com aperfeiçoamento na Áustria. “Temas atuais e relevantes que estimulem à reflexão das pessoas a respeito da responsabilidade sobre a própria Qualidade de Vida. Instigar à melhoria da autoestima, o respeito, a conquista de um estilo de vida mais saudável. Contribuir para a geração de ambientes empresariais harmoniosos, criativos estimulando a colaboração e a motivação de forma natural e espontânea. Encorajar as pessoas a planejarem a sua aposentadoria. ” Saiba mais sobre Cleuza
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