O imortal poeta e jornalista Mario Quintana (1906 / 1994) certa vez escreveu “A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa. Quando se vê, já são seis horas! Quando se vê, já é sexta-feira! Quando se vê, já é Natal…
Uma sábia percepção do tempo, sem dúvida. Aborda a responsabilidade de todos nós em relação à adequada vivência do tempo. Um “dever de casa” sem o qual “quando se vê, já é Natal”, ou seja, acabou o ano.
Curioso que muitas pessoas parecem cair nessa armadilha permanentemente. Seu tempo passa, aquilo que gostariam ou precisariam fazer vai ficando para depois, e resta somente a velha desculpa repetitiva do “não tive tempo”.
Não tive tempo para fazer exercícios, não tive tempo para estudar inglês, não tive tempo para me alimentar direito, não tive tempo para sair com os amigos, não tive tempo para um monte de coisas importantes para mim.
O que me inquieta nessas situações é perceber que geralmente houve tempo para coisas ou tarefas sem importância. Afazeres que não geram valor, não agregam, não acrescentam nada de novo ou especial.
Essa constatação nos leva de volta ao tema da responsabilidade em relação à adequada vivência do tempo que identifiquei no poema de Mario Quintana.
Se você se identifica com o tema central do texto, faça um favor a você mesmo(a): reveja suas escolhas sobre como tem vivido seu tempo. Seja menos ocupado e mais focado no que é importante. Tenha menos compromissos e mais momentos especiais. Faça menos coisas corriqueiras e mais coisas memoráveis. Olhe menos para o relógio e mais para as pessoas. Preocupe-se menos com a agenda e mais consigo mesmo.
Afinal, como nos lembra Lulu Santos em sua canção Tempos Modernos, “não há tempo que volte, amor”.
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