Foi em 869 d.C. , no IV concílio de Constantinopla, que a igreja dogmatizou o homem como constituído apenas de corpo e alma, tentando extinguir a antiga visão de corpo alma e espírito.
E daí?! Você pode se perguntar- o que é que eu tenho a ver com isso? Para um olhar superficial pode parecer abstrato demais, teórico demais, um detalhe sem importância. Contudo, este ponto de vista tem influenciado a humanidade desde então, fortalecendo a visão materialista e gerando uma incompreensão do homem acerca de si mesmo.
O espírito é o portador da autoconsciência, do propósito, da missão de vida. Sem nossa parte espiritual viveríamos tão somente para cuidar e ter prazeres para o corpo. Uma vida egoísta, voltada apenas para si, o prazer momentâneo, sem nenhum objetivo além disso. Uma vida vazia que conduz ao vazio existencial, ao desespero, ao pânico, à depressão, à fuga. Opa… parece que o tema ficou atual.
O estudo da biografia tem suas bases na Antroposofia ou ciência espiritual, trazida ao mundo pelo educador e filósofo Rudolf Steiner em meados do século XX. Um de seus conceitos básicos é o homem constituído de corpo, alma e espírito.
Essa visão do ser humano tríplice é muito antiga na humanidade, mas Steiner a explica com a clareza adequada ao nosso tempo. O corpo é o veículo de atuação na terra.
Espírito é justamente aquilo que nos faz únicos em todo o universo. Por exemplo: dois gêmeos com o corpo idêntico, criados no mesmo ambiente e da mesma maneira são indivíduos completamente diferentes.
É o espírito que traz a autoconsciência, que permite chamar a mim mesmo de “eu”. Como mediadora entre o corpo e o espírito está a alma humana, morada dos sentimentos – o que sempre ouvimos falar, mas também dos pensamentos e da vontade.
Ao longo da vida essas três partes relacionam-se de maneira bem diversa, definindo e caracterizando períodos e crises bem específicas em nossa biografia. O que veremos nos próximos textos.
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