Paulinho Pedra Azul
A música é som da terra e do céu; dos mares e das tempestades. É o eco à distância e as marteladas do carpinteiro em ação. Desde as batidas do coração até os vertiginosos voos da imaginação. É o alento primordial da criação, a voz dos anjos e átomos, a música é a matéria pela qual são feitos a vida e os sonhos, as almas e as estrelas.
A arte aprimora a mente e torna-a mais aguçada e sensível ao belo. Facilita a exteriorização da beleza, que se encontra oculta no interior da pessoa, encantando e harmonizando o ambiente.
(Taniguchi, 1989, 118)
A música é uma das manifestações mais sublimes da arte. Ela aquieta a mente facilitando a compreensão da vida. Estimula a concentração mental, impulsiona o desenvolvimento, melhora a autoestima e facilita o alcance das metas propostas.
(Taniguchi, 1989, 125)
Os ritmos musicais estão presentes em todas as pessoas e em todos os grupos sociais. Isso significa que a música faz parte da nossa vida. Da nossa história. Então, qual é a sua música, ou quais são as músicas da sua vida? A minha vida foi balizada não apenas por uma música, mas por várias. Cada uma delas marcou uma etapa. Um ciclo na minha existência. A primeira delas eu ainda era criança, em 1968, quando perdi meu pai. O sucesso da música, “Quando”, de Roberto Carlos, acalentou o meu pranto “Quando você se separou de mim, quase que minha vida teve um fim…” A letra traduzia todo aquele momento de dor e perplexidade.
Já adulta, a música, “Nós Dois”, de Celso Adolfo brindou o encontro com o meu marido, Aníbal Fonseca – “E nós que nem sabemos quanto nos queremos, que nem sabemos tudo que queremos, como é difícil o desejo de amar…”.Mais tarde, em 2006, quando finalizava o mestrado, fui submetida a uma cirurgia no quadril. Foi então, que tive de parar tudo e aproveitei esse momento de reclusão para produzir a minha dissertação, ao ritmo da música “é devagar, é devagarinho”, do Martinho da Vila. “E desse jeito vou driblando os espinhos; vou seguindo o meu caminho, Sei aonde vou chegar…”
Nesse caminho, em 2014, quando minha mãe se despediu dessa dimensão, a música “Eu sei que vou te amar” de Vinicius de Moraes e Tom Jobim serenou a dor da minha alma. “Eu sei que vou te amar. Por toda a minha vida eu vou te amar. Eu Sei que vou chorar. A cada ausência tua eu vou chorar.”
Após tantos desafios me adaptei às contingências da vida e adotei como filosofia a música “Tocando em frente.” de Almir Sater: “Ando devagar, porque já tive pressa, e levo esse sorriso… Hoje me sinto mais forte, mais feliz, quem sabe. Eu só levo a certeza de que muito pouco eu sei, ou nada sei.”
De certa maneira, a música forma um elemento surpresa que quebra a rotina e, ao mesmo tempo reconstrói os elos, colabora com a imaginação criativa, instiga a produtividade, a concentração, promove a autoestima e até mesmo à harmonia de uma pessoa ou de um grupo.
O filósofo e poeta Friedrich Nietzsche afirmava que “Só a música colocada ao lado do mundo pode nos dar uma ideia do que deve ser entendido para explicar o mundo como fenômeno estético”. Então, reflita sobre isso e responda: Qual é a música, ou quais são as músicas da sua vida? Compartilhe conosco. Deixe seu comentário abaixo. Adoro ler seu comentário.
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