O dinamismo da mulher “mãe” e o que o mercado de trabalho ainda não entendeu sobre elas.

A maternidade agrega novas competências a essa mulher agora mãe. Esse know How materno poderia ser visto pelo mercado de trabalho como grandes vantagens na hora da contratação. Mas ao contrário disso, após a gestação a mulher começa a perceber as dificuldades que surgem apenas por ter um número que não seja Zero ao lado da palavra filhos no currículo.

Já existem algumas pesquisas sobre esse assunto mostrando o fato de que uma grande parte das mulheres é desligada de seus cargos em um período de até dois anos após a licença maternidade. 

Mesmo na era moderna digital que vivemos atualmente, ainda sentimos o velho sistema hierárquico operacional ativo nas empresas de grande e médio porte. Isso faz com que na contratação o fato de se ter um filho seja um ponto negativo, já que a empresa quer alguém sem outras prioridades para dividir atenção e o tão precioso tempo. Mas isso é injusto e controverso na minha visão, já que administrar melhor o tempo é uma das maiores competências maternas, sem falar da capacidade de dimensionar as dificuldades reais na execução de algo, escutar o outro com empatia e generosidade e ainda ter a facilidade de se adaptar a personalidade de cada um dentro de um grupo, seja de colegas de trabalho ou de clientes.

Somos multitarefas

Viu, é mágico se você olha para a maternidade e vê esse processo como algo que traz destreza para a vida de um modo geral. A mulher mãe é literalmente especialista e manter um olho no peixe e o outro no gato, somos multitarefas com comprovação neurológica, a neurociência tem vários estudos que mostram que o cérebro da mulher opera com facilidade em várias áreas ao mesmo tempo. É uma habilidade natural!

Sabendo disso podemos explorar essa capacidade com inteligência e respeito, não permitindo também que haja sobrecarga sobre a mãe, já que ela dá conta de administrar o todo. Calma lá, somos humanas! E o ter uma mente limpa para que ela funcione bem, saber respeitar e criar momentos de autocuidado, diversão e descanso é de suma importância para o equilíbrio da natureza neurológica feminina. Para que a mãe consiga criar uma rotina de equilíbrio entre todas as áreas da vida, é imprescindível uma rede de apoio que acolha e incentive essa mãe a seguir seus sonhos

Porém na prática a realidade é outra.

Esse sistema que opera boa parte do mercado não leva em conta que a principal etapa da vida humana é a primeira infância e amparar o núcleo familiar é dever de todos, já que uma boa formação gera impacto a longo prazo na sociedade como um todo. Se nesse período a mãe e os adultos responsáveis por essa criança não estiverem amparados e equilibrados o impacto negativo disso será de igual proporção no futuro.

Vemos hoje uma sociedade com um número crescente de diagnósticos de depressão e síndromes do pânico. Temos uma elevada taxa de suicídio entre jovens e adolescentes e, nas empresas, nos deparamos com a falta de profissionais qualificados e experientes para cargos mais altos. Pode não parecer, mas isso tudo está interligado. A carreira e as finanças são pilares importantes da vida humana, se não existe qualidade de vida, as pessoas não demoram a adoecer e os reflexos dessas desordens já estão a afetar o planeta.

Profundo, não é mesmo? Mas existem saídas, eu juro! E elas estão em andamento e já podemos ver novas iniciativas que dão luz aos que querem inspiração para mudança: Empresas com creche integrada, maior tempo de licença maternidade para as mulheres e para os homens também, pessoas físicas que já entenderam que consumir de mães empreendedoras é um incentivo importante para que as transformações não cessem.

Empreendedorismo materno

Como as empresas normalmente não dão a opção de flexibilidade de tempo em troca de alta produtividade e qualidade na execução, as mulheres não conseguem um trabalho que acolha sua nova dinâmica familiar, acabam arremessadas a ideia do próprio negócio, e daí que vem a onda crescente e constante do empreendedorismo materno. E é sobre este assunto que quero vir lhes falar no próximo conteúdo. 

Empreendedorismo e a maternidade sem romance, mas com muito potencial de desenvolvimento, a nível pessoal e social. As mulheres estão cada vez mais ativas e autônomas, e precisam de suporte para continuar em crescimento e harmonia. Então temos muito que falar só de autocuidado, empreendedorismo, rede de apoio e inovação.

Um abraço quântico e até a próxima!

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