Por ser a constelação familiar um método fenomenológico, os conceitos, julgamentos e valores culturais não se faz presente. A observação é o instrumento de compreensão do que se revela. O aborto é um fato.
Para entender melhor este conteúdo sugerimos a leitura do texto – Entenda Constelação Familiar na prática – que explica sobre as leis sistêmicas da Constelação Familiar, dentre elas o pertencimento.
Quando dentro de um sistema ocorre um aborto, não é levado em consideração as causas ou motivos do aborto. Não se busca um culpado. O aborto é um fato, isso é suficiente, desnecessário saber se ocorreu espontaneamente ou se foi provocado.
A constelação familiar compreende o abortado como um membro da família que tem o direito de pertencimento. Culturalmente os abordados são excluídos do sistema, não se faz menção a eles ao falar dos filhos e são desconsiderados como pessoa.
Para a constelação familiar basta a consciência da gravidez para se afirmar que houve um aborto, não sendo necessário meses de gestação ou que essa tenha se tornado de conhecimento público.
Quando o abortado é excluído, ocorre o desrespeito a lei do pertencimento. Geralmente alguém que nasce depois vai seguir o abortado e então essa pessoa passa a ter dificuldade que pode se revelar como depressão; doenças, hiperatividade, rebeldia, dentre outros aspectos.
É o amor inocente que busca resgatar o excluído, porém isso não é o suficiente para restabelecer o fluxo do amor.
A pessoa que segue o excluído, no caso o abortado, necessariamente não precisa fazer parte da mesma geração, pode ser alguém da geração seguinte.
O aborto gera sentimento de culpa e acusação entre os pais, e por muitas vezes a relação conjugal fica abalada e finda o casamento.
A culpa gera enfraquecimento espiritual que impede o culpado de ter novas atitudes e o aprisiona na condição de sofredor. É importante assumir a responsabilidade e aguentar as consequências.
O abortado é também a evidência de um vínculo entre um homem e uma mulher. Quando de uma relação sexual surge uma gravidez o vínculo aconteceu. E o aborto não desfaz esse vínculo, então se cada um segue seu caminho; quando casar-se com outra pessoa deverá lembrar de incluir essa pessoa a quem se vinculou anteriormente e o filho abortado.
O aborto é assunto que diz respeito apenas aos pais, por isso não é necessário contar aos filhos ou outras pessoas o que houve. O ato de contar aos filhos sobre o aborto não é suficiente para inclui-lo na família.
A inclusão é um gesto de amor que flui da alma e alcança o abortado. A inclusão pode ser alcançada através de uma constelação familiar ou de uma meditação acompanhada de uma vontade genuína.
Se você teve um filho abortado, independente das circunstâncias e deseja inclui-lo na família você pode procurar por um serviço de constelação familiar.
Também pode fazer a inclusão através de meditação: imagine você, com a criança pequena no colo, pense no pai ou mãe dessa criança ao seu lado e diz a essa criança: – eu te dou um bom lugar em meu coração. Assumo a minha responsabilidade e por amor a você farei algo de bom. Você faz parte de nossa família.
Quando a inclusão acontece, você sente paz e a culpa ou sofrimento deixa de existir.
Se você está em outro relacionamento, diferente do que houve o aborto, é importante você lembrar-se que seu atual relacionamento não é o primeiro, o relacionamento que originou o aborto tem precedência e deve ser honrado!
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