Vivemos em Comunidade. Os relacionamentos estão presentes desde a nossa infância até a vida adulta. Não há vida sem relação. Mesmo que você vá meditar em uma montanha no Tibet você estará se relacionando com a natureza. As relações somente terminam nesta vida com a morte.
O impacto que causamos nos outros e no ambiente é enorme. Passar despercebido é impossível. Tudo o que fazemos interfere, de alguma forma, nas nossas vidas e na vida daqueles que nos cercam.
Temos que nos tornar conscientes de que qualquer palavra emitida, qualquer pensamento ou atitude, têm uma consequência.
Um Relacionamento Saudável depende, pelo menos, de duas pessoas. Mesmo que estejamos dispostos a mudar, o outro pode querer ficar onde está. Mas não por isso devemos desistir, pois fazendo um movimento estaremos evoluindo, aprendendo e gerando aprendizado.
Aí vão 3 dicas essenciais para buscar o equilíbrio em seus relacionamentos:
Empatia é colocar-se no lugar do outro, é a compreensão respeitosa do que os outros estão vivendo. A empatia tem a ver com escutar ativamente, realizar perguntas para compreender as atitudes e os sentimentos que estão por trás.
Nossa percepção de mundo é diferente da percepção do outro. Nossos conflitos geralmente começam aí. Você não precisa concordar, mas compreender que seus pais, seus filhos, seus amigos, seu marido, sua namorada, colegas de trabalho, o atendente da padaria, tiveram um motivo para agir de determinada maneira. Por mais rude e errada que a outra pessoa possa parecer, lembre-se que este é o SEU ponto de vista. Enxergar o outro com os olhos do outro muda completamente a perspectiva, evita conflitos e te poupa momentos de stress, indignação, raiva, tristeza e muitas outras emoções indesejáveis que tem por aí.
E quando conseguimos ouvir o sentimento, chegamos nas necessidades. Só então podemos oferecer ajuda e aprendizado.
Para te ajudar nesta tarefa, proponho um exercício de empatia e não julgamento, o tópico que vem a seguir:
Saia por aí e comece a observar pessoas desconhecidas na rua. Pessoas que normalmente você julgaria, pessoas diferentes de você, fazendo coisas que você normalmente não faria. Quando vier o pensamento “julgador”, procure se colocar no lugar daquela pessoa e reflita, por alguns instantes: “se eu fosse aquela pessoa, qual o motivo que me faria agir assim? ” e busque o sentimento que está por trás de cada ação. Se na primeira vez que você fizer este exercício você pensar: “eu nunca agiria assim”, você estará pensando da mesma maneira de sempre. Lembre-se que VOCÊ não faria isso. Mas o outro sim. Busque sempre o motivo. Você vai encontrar respostas que te levarão à compreensão.
Faça isso pelo menos 3 vezes ao dia, durante 1 semana com desconhecidos. Depois comece a fazer o exercício com conhecidos. Desta forma, você estará treinando seu cérebro a reconhecer as diferenças e aceitá-las. Você verá que cada vez vai ficar mais fácil trazer a empatia para dentro da sua vida e das suas relações.
Vivemos julgando. Julgando porque os outros estão errados, colocando-nos acima do outro, mais inteligentes, mais sábios, mais corretos. Na verdade, o julgamento nada mais é que a falta de compreensão do outro e está intimamente ligado com a falta de empatia em relação ao outro. Não reconhecemos como correto aquilo que não conhecemos e não entendemos. Mas não podemos nos esquecer que cada um tem a sua própria verdade, e cada verdade é construída com base nos valores, nas vivências, experiências e nas próprias relações.
Não temos ideia do quão nocivo pode ser um julgamento. Ele pode destruir sonhos, autoestima, realizações, negócios, relacionamentos.
Existe uma linha tênue entre julgar, emitir sua opinião e aconselhar. O efeito do julgamento é sempre negativo. Acaba em conflito interno ou externo. Rosenberg, M., em seu livro “comunicação não violenta”, diz que insulto, depreciação, rotulação, crítica, comparação e diagnósticos são todas formas de julgamento. O efeito de aconselhar ou emitir sua opinião, agrega conhecimento e traz crescimento. A diferença está na maneira como você faz isso e se o outro permite ou não.
Havendo julgamento, ocorre a divisão entre o que é certo e o que é errado. E isso tem a ver com os valores. Se fazemos alguém agir de acordo com nossos valores, geramos culpa, medo, vergonha e criamos uma falsa sensação no outro de que ele está errado. O resultado é o naufrágio do relacionamento.
Faça o exercício proposto acima para desenvolver a empatia e o não julgamento e comece hoje a aplicar na sua vida, sempre vigiando seu comportamento.
Você está percebendo que todos os tópicos têm ligação entre si. Se eu tenho expectativa em relação ao outro e ele não corresponde, eu julgo aquela situação sob a minha ótica, ou seja, sem ter empatia.
Diminua as suas expectativas ou sairá frustrado das suas relações. As pessoas jamais vão corresponder exatamente ao que você espera delas. E quanto mais exigente você for, mais frustrado ficará. E quanto mais expectativa tiver mais afastará de você aqueles que poderiam estar ao seu lado.
Perceba e aceite que cada um tem um caminho e uma forma de agir.
Uma mãe que cria muita expectativa em relação a um filho, por exemplo, tende a colecionar frustrações a cada fase da vida se não começar a colocar mais atenção nas conquistas que ele realizou com as ferramentas que ele tinha para isso.
Faça o seguinte exercício:
Em vez de sair bravo ou triste de uma situação porque alguém não fez o que esperava que fizesse, procure focar no que esta pessoa fez, nas suas qualidades e não em seus defeitos. Veja o quanto ela faz, mesmo sem corresponder ao que você espera. Perceba que cada um tem uma forma de agir. E não espere nada em troca. Quer fazer pelo outro? Faça. Mas esta é uma questão sua. Faça por amor, porque quer, porque isso veio de você. Mas não espere que o outro faça o mesmo por você. Ele poderá retribuir de outras formas, ou não retribuir. Você sempre tem a opção de deixar de fazer pelo outro, alimentar ou não uma relação, buscar pessoas que estejam no mesmo circuito energético que você. Mas o melhor ainda é não criar expectativas.
Esta talvez seja uma das mais difíceis de seguir. Existe uma certa disputa aí. Eu ajo, você REage, eu REajo de novo. Um círculo infinito de REações que só termina quando uma das partes é vencida. É aí que está o grande erro: relacionamento não é uma questão de poder. Não é vencer uma batalha, mas alimentar uma união saudável e que gere aprendizado para todos os envolvidos. De que forma você estará gerando aprendizado se tudo o que faz é REagir ao outro? Nossa forma verbal de reagir é tão nociva quanto à física. Causa tantos danos ou mais. Você não encontrará solução para os seus problemas reagindo. Você só estará afastando toda e qualquer possibilidade de entendimento entre as partes.
Só reagimos porque damos vasão a certos sentimentos que têm a ver com as nossas crenças. Ou seja, por mais que o outro fale um disparate, a forma que você escolhe para lidar com isso tem a ver com o seu controle emocional.
Se uma ação de desperta a raiva, por exemplo, você reaje com raiva. Mas se você aprender a lidar com este sentimento, aprenderá a agir focado em uma solução.
Temos que aprender a reconhecer nossos gatilhos emocionais para tomar atitudes mais saudáveis nos relacionamentos.
Faça o seguinte exercício:
Quando alguma situação te despertar raiva, pare e respire. Procure identificar seus pensamentos. Busque escutar o outro e fazer perguntas para que o outro te compreenda e você consiga compreender o outro…
Busque agir em vez de reagir. Ajude o outro a encontrar a solução do problema.
Por fim, use a empatia, o não-julgamento e diminua as expectativas.
Precisamos aprender a nos responsabilizar pelo que acontece com as nossas vidas. Tudo, exatamente tudo, todos os resultados e a falta deles, tem a ver com a forma como nós lidamos com os problemas. Eu culpo o cabeleireiro pelo corte horrível, mas escolhi uma promoção num salão mais horrível ainda; eu culpo os meus pais pelas minhas frustrações, mas não assumo a responsabilidade de mudar; eu culpo meu marido por me trair mas sabia que ele era assim e mesmo assim fiquei nesta relação. Tudo é uma questão de escolhas. Todos os envolvidos nas escolhas têm sua responsabilidade. Não isento o cabeleireiro, nem os pais nem o marido, apenas reforço que culpar o outro é livrar-se da responsabilidade, é ficar girando em torno do problema e ajudar a criar um ambiente negativo.
Se você puder enxergar exatamente a freqüência com que certas coisas acontecem com você, verá que cada situação trás um ensinamento. E é por aí que você irá, aos poucos, aprender que a solução para os seus problemas está em você mesmo.
Faça o seguinte exercício:
Antes de culpar alguém, pense: qual a minha parcela de responsabilidade nisso? Faça esta reflexão por 1 semana. Mesmo que você esqueça de fazer, tenha isso em mente para fazer depois. Você verá que aos poucos este treino se transformará em rotina e através dela virão as mudanças.
Com estas ferramentas nas mãos, tenho certeza que vai conseguir mudar a qualidade de seus relacionamentos!
Espero que tenham gostado!
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Entre os 6 a 22 de dezembro, nossos autores parceiros estarão publicando diariamente conteúdos sobre empatia, cada um dentro de sua área de saber, compartilhando aprendizados, histórias e experiências que possam inspirar e despertar a empatia. Acompanhe!!!
Nós do nCiclos queremos inspirar o movimento transformador em sua vida. Para isso preparamos um MAPA DA EMPATIA para você seguir o passo a passo e colocar a empatia em prática, ampliando os fios da conexão humana.
O Mapa da Empatia pode ser baixado para ter com você e consultar sempre que desejar.
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