Hoje vamos falar sobre um tema muito especial para este final de ano. Na realidade não é um único tema, mas são três temas que julgo estarem extremamente correlacionados: empatia, compaixão e altruísmo.
Eu quero abordar estes temas com algumas histórias para ilustrar os conceitos. A primeira história eu vivi no final de semana, durante este ano, quando eu e as minhas filhas fomos almoçar numa padaria perto de casa, aqui em São Paulo. Nesse dia nós vimos que um pet shop, em frente a padaria, promovia uma feira de doação de animais. Então fomos até lá ver os cães e os gatos que estavam ali. Cada um era mais fofo que o outro! Mas, o que mais me chamou atenção não foram os animais, mas sim as pessoas que estavam ali, encabeçando aquela iniciativa.
Eu conversei com algumas delas. Uma mulher, em especial, me chamou atenção. Ela me contou sobre a história de alguns animais, do desafio que ela tinha para manter a sua ONG e a sua indignação com a injustiça e o descaso das pessoas que maltratavam os animais. Tudo isso com entusiasmo impressionante e um profundo sentimento de compaixão.
Compaixão pode ser descrito como uma compreensão do estado emocional de outra pessoa. Ela não deve ser confundida com empatia, pois a compaixão frequentemente é combinada com o desejo de aliviar e minorar o sofrimento de outro ser, bem como demonstrar especial gentileza para com aqueles que sofrem. Ela é uma virtude muito difundida pelos budistas que acreditam que a mente, quando virtuosa, sabe manifestar compaixão não só por outras pessoas mas por todos os seres sencientes, ou seja, todos os seres vivos.
Portanto a compaixão é uma faculdade mental, passível de ser desenvolvida e fortalecida. Ela é descrita como um sentimento essencial para a manutenção da paz na humanidade, sendo a base de diversas doutrinas e crenças religiosas como o budismo, catolicismo, espiritismo entre outras.
Uma pessoa que tem compaixão ao próximo é aquela que consegue compreender o seu estado emocional, desejando e até ajudando para que a pessoa que sofre consiga superar ou aliviar o seu sofrimento.
Diferentemente do sentimento de empatia, a compaixão se foca no desejo de aliviar o sofrimento da outra pessoa por meio de uma doação, que não necessariamente seja dinheiro, mas pode ser tempo, conhecimento, aconselhamento ou outra forma qualquer que possa ajudar a pessoa a encontrar uma saída para o seu desafio.
Etimologicamente a palavra compaixão se originou a partir do latim compassiones, que significa “sentimento comum ou união de sentimentos”. Já a empatia significa a capacidade psicológica para sentir o que sentiria uma outra pessoa, caso estivesse na mesma situação vivenciada por ela. Consiste em tentar compreender sentimentos e emoções, procurando experimentar de forma objetiva e racional o que sente o outro indivíduo. A empatia leva as pessoas a ajudarem umas às outras e, quando isto se torna uma ação torna-se então a compaixão.
Tanto a empatia como a compaixão são qualidades ligados ao altruísmo, que pode ser traduzido pelo amor e interesse pelo próximo e a capacidade de ajudar. Quando o indivíduo consegue sentir a dor o sofrimento do outro, ao se colocar em seu lugar, desperta uma profunda vontade de ajudar e de agir seguindo os seus princípios morais e éticos.
O altruísmo pode ser traduzido como uma atitude de amor ao próximo, que sugere uma ausência total de egoísmo. Muitos filantropos, por exemplo, são motivados a agir assim, pois possuem uma forte inclinação altruísta. É também considerado uma doutrina ética que indica o interesse pelo próximo como um princípio supremo de moralidade. Uma pessoa altruísta é aquela que pensa nos outros antes de pensar em si próprio.
Quero fechar este conteúdo comentando e indicando um filme que talvez tenha sido o filme mais lindo que assisti este ano. Chama-se “Até o último homem”. Este filme conta a história real do soldado Desmond Doss que durante a Segunda Guerra Mundial tornou-se o primeiro objetor de consciência militar.
Motivado por seus princípios éticos e religiosos de não violência, Doss se recusou a pegar uma arma de fogo, mas se sentia impelido a servir o seu país na guerra. Assumiu o compromisso de jamais tirar uma vida, mas queria salvar vidas, servindo ao seu país como o médico de combate.
Durante o seu treinamento Doss foi humilhado e desacreditado. Seus comandantes tentavam de todas as formas força-lo a pegar em uma arma, pois caso contrário não poderia concluir o seu treinamento. Mas a sua convicção, o seu valor pela não-violência – por querer salvar vidas – era tão forte, que ele conseguiu ser aceito dessa forma. Desmond Doss entrou para história ao salvar, desarmado e praticamente sozinho, 75 soldados do seu batalhão. Sendo posteriormente reconhecido como um herói.
Deixo aqui uma citação da sua santidade Dalai Lama, que diz: “A verdadeira compaixão não é pena nem apego, é a compreensão da Igualdade real entre todos nós”
Desejo tudo de melhor para todos um grande abraço.
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Entre os 6 a 22 de dezembro, nossos autores parceiros estarão publicando diariamente conteúdos sobre empatia, cada um dentro de sua área de saber, compartilhando aprendizados, histórias e experiências que possam inspirar e despertar a empatia. Acompanhe!!!
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