Entre homens e ratos: vale a pena lamber os seus filhotes

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Entre homens e ratos: vale a pena lamber os seus filhotes

Educação, filhos, atenção

Sabemos na prática que para um prédio subir alto e seguro tem que ter uma boa base. Assim é na educação e na vida. Em entrevista o reitor da USP reclamava do baixo nível educacional dos alunos que chegam à universidade atualmente. Isso na USP que é referência.

O segredo está na base. O ensino médio é consequência. O ensino fundamental é fundamental, mas também é consequência.

Quem ajudou a comprovar essa verdade foram os ratos. Os neurocientistas, entre eles Michael Meaney, costumam fazer suas pesquisas com ratos, pois sua arquitetura cerebral é semelhante a nossa.

Certo dia, sua equipe percebeu que, após pesar ou analisar os filhotes, quando os devolviam para as gaiolas junto às mães, algumas delas os lambiam outras não. Intrigados, Meaney e sua equipe focaram suas pesquisas nesta atitude e descobriram entre outras coisas: os ratos que tinham recebido as lambidas, mesmo com “mãe de criação”, se tornavam adultos mais confiantes e ajustados. Lidavam melhor com o stress e até o tamanho e complexidade do cérebro eram diferentes, ou seja: tornavam se ratos melhores.

Atenção amorosa… educação

Podemos pensar: ratos são ratos e homens são homens. Contudo, um estudo criterioso que começou por monitorar 267 grávidas em 1972 e foi concluído em 2005 no livro “The Development of the Person” (L. Alan Sroufe, Byron Egeland, Elizabeth A. Carlson, and W. Andrew Collins) indica claramente que, assim como os ratos, a atenção amorosa de um adulto nos primeiros anos da criança pode ter uma influência determinante em sua vida.

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As bases para que ele entre na universidade ou na cadeia. Outros fatores podem intervir, mas 77% de precisão é uma porcentagem bastante significativa para arriscar com nossos filhos, não é?

Sempre nos pareceu óbvio onde deveríamos concentrar esforços para melhorar a educação. Já dizia o ditado: educação vem do berço. Hoje o berço está na escola, na creche, na casa da vovó…

Como educadores não podemos negligenciar esta tarefa. Seja sobrinho, aluno, o filho da empregada… somos educadores a partir do momento que temos uma criança à nossa frente. Quanto menor a criança maior a responsabilidade, mas a atitude pedagógica é a mesma: atenção amorosa.  Homens ou ratos,  vale à pena lamber os filhotes.


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Luis Henrique Sant' Anna
Luis Henrique Sant' Anna
Educador, Terapeuta Floral, Aconselhador Biográfico, Palestrante e Docente na Escola Livre Antroposofia, estudos biográficos Juiz de Fora-MG e Escuela Eleusis – Argentina. “O conhecimento das fases da vida, das crises e dificuldades próprias de cada idade sempre levam a uma reflexão. Se por um lado fica uma sensação de que a vida é cheia de crises, por outro é um alívio saber que elas não acontecem só com a gente e que podemos sair fortalecidos e um pouco mais sábios de dada uma delas. ” Saiba mais sobre Luis
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