Você sabe escutar o outro verdadeiramente?

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Você sabe escutar o outro verdadeiramente?

Quando se pergunta “Você sabe escutar de verdade?”, a imensa maioria das pessoas, sem refletir sobre a questão, são rapidamente levadas a responder: “Claro! Faço isso todos os dias.” Provavelmente, dizem isso porque acreditam que escutar é algo muito fácil, que se faz espontaneamente e não requer muito da pessoa.

No entanto, quando falo em escutar, eu me refiro à habilidade de conectar-se ao outro, com atenção total, refletindo sobre o que ele diz, procurando colocar-se no lugar dele, sem pressa ou ansiedade para ter a vez da fala e devolver uma ideia em geral pré-concebida que não leva em consideração o que acabou de ser dito.

Hoje em dia, esse tipo de escuta profunda, reflexiva e empática é cada vez mais rara, apesar de extremamente importante para qualquer relação, seja ela de mentoring ou não. No ambiente familiar, na escola, no trabalho,… Todas as relações deveriam se nutrir dessa escuta verdadeira. Infelizmente não é o que se vê no dia-a-dia…

escutar, conversar
A escuta no mentoring

No mentoring, assim como no coaching, essa competência é chamada de “escuta ativa”. No campo do mentoring, a escuta é o combustível do aconselhamento. Não é por acaso que as competências “escutar” e “aconselhar” estão juntas numa mesma função de mentoring: escuta-e-aconselhamento. Um mentor que não ouve o seu mentorado com atenção e se apressa para apresentar um conselho rapidamente, certamente não está agindo da maneira mais positiva para o mentorado.

Aliás, é comum as pessoas acharem que o mais importante que um mentor tem a oferecer ao mentorado é a solução para o problema dele. Engano. Quem pensa assim está confundindo os papéis de mentor e consultor. O consultor ouve o cliente e oferece uma solução para a questão apresentada. Com o mentor, é diferente. A função do mentor não é apresentar uma solução, mas contribuir para que o mentorado a encontre. Para isso, o mentor precisa praticar a escuta ativa. Ao ouvir profunda e atentamente o mentorado, colocando-se no lugar dele e refletindo sobre o problema. A partir daí, por meio de perguntas e induções, o mentor fará com que o próprio mentorado identifique o melhor caminho.

Algo parecido faz o líder mentor.

O escutar do líder mentor

Em outros artigos, apresentei o conceito de líder mentor. A base do seu trabalho é o desenvolvimento dos liderados, com transferência de seu conhecimento e compartilhamento de sua experiência com eles, aliando a isso o desenvolvimento de relações interpessoais de alta qualidade. Assim, o líder mentor tem atitudes e comportamentos que contribuem para seus liderados se tornarem seus seguidores e para gerar maior capacidade individual e coletiva de alcançar resultados. (Saiba mais sobre o líder mentor neste artigo).

Para agir dessa maneira, uma das principais virtudes do líder mentor é a escuta profunda. Ao contrário do líder comando-e-controle (leia sobre esse estilo aqui), que se comunica com a equipe para dar ordens, o líder mentor escuta seus liderados, passa a conhecê-los bem e a entender o que desejam e o que precisam. Com base nisso, consegue orientá-los da melhor maneira.

Sim, existe a correria insana do dia-a-dia e manter essa postura é um desafio tanto para líderes e mentores quanto para as pessoas em geral, em suas relações pessoais e sociais. Mas isso não deve servir de desculpa para não praticarmos a escuta ativa nas nossas relações. Quem consegue sabe que os ganhos são imensuráveis para ambas as partes!

E você? Está consciente do valor da escuta ativa? Sabe escutar em profundidade? Tem dificuldades em relação a isso? Faça seus comentários.

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Paulo Erlich
Paulo Erlich
Mestre em Gestão Empresarial (FBV), com pesquisa em Mentoring. Coach, consultor, facilitador, palestrante e formador de mentores e coach pessoal e executivo. É fundador e diretor da Erlich uma consultoria com foco no desenvolvimento de pessoas e organizações. “Aqui vou falar sobre o verdadeiro significado do Mentoring e o valor desse recurso de desenvolvimento humano. Pretendo trazer reflexões para incentivar as pessoas a estabelecer relacionamentos harmônicos e produtivos, nos mais diversos contextos pessoais e profissionais.” Saiba mais sobre Paulo
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