Segundo o Dr. Karl Konig o fato de se nascer homem ou mulher exerce uma grande influência no destino da pessoa. A ordem do nascimento também é de grande relevância, principalmente no que diz respeito ao comportamento social: como se faz amigos, a vida em comunidade e relacionamentos em geral. Tudo isto é influenciado pela posição em que se encontra na família de acordo com a ordem do nascimento. Vamos tentar formar uma imagem dos principais padrões de cada tipo baseado no livro Irmãos e Irmãs do médico acima mencionado:
Nenhuma criança é tão esperada e aguardada como primogênito. Seja ele esperado ou inesperado, traz consigo uma dose de ansiedade e grandes transformações. O primogênito pode ser tanto o primeiro filho de uma família numerosa quanto o filho único, mas existem grandes diferenças entre estes dois tipos.
Cresce diretamente sob as asas dos pais, num mundo mais adulto. Por isso é mais silencioso, afetivo, tímido e sozinho – apesar de não se sentir solitário. Observa o mundo sem, no entanto, participar dele. Nunca reside aonde está: não pertence ao mundo dos pais (apesar de ser ligado a eles) e também não se aventura a ir para o mundo lá fora (o qual também não sente como sendo seu). Sonha ser “normal” como os outros: alegre, despreocupado, feliz, triste. Gosta de estar só embora desejasse pertencer a um grupo. No entanto, na maioria das vezes, não consegue nem uma coisa e nem outra.
É uma criança ensimesmada, muito voltada para si própria. O fato é que ela não recebe o treinamento emocional que vem da convivência com os irmãos. Daí uma tendência a frieza e rigidez. Mesmo quando constituem família não se encaixam nela. Por outro lado, são mais livres dos vínculos familiares, podendo dedicar-se a grandes conquistas para toda a humanidade.
A primeira pergunta que devemos fazer é: por quanto tempo este primeiro filho foi um filho único? Quanto maior este tempo mais características deste ele possui. Então temos a seguinte situação: o filho único, querido, que recebe toda atenção dos pais e de repente se depara com um estranho no ninho. Uma ameaça, que quer e pode destroná-lo. A situação por si só é um grande desafio para os dois e dependendo da atitude da família pode ser atenuada ou piorada.
Por isto, é fundamental que se proporcione carinho, cuidado e atenção tanto ao primeiro quanto ao segundo filho recém-chegado.
Se o primogênito é deixado de lado vai perceber o irmão como uma ameaça, vai lutar contra ela tentando chamar atenção para si de todas as maneiras possíveis: birra, briga na escola, agressividade contra o irmão, medos diversos, perda de apetite, podendo até ficar doente.
A posição de primeiro filho também faz dele um intermediário entre pais e irmãos. É o líder da irmandade e tende a assumir uma postura de liderança na vida. Isso faz dele responsável, orgulhoso, tenso e costuma atingir os postos mais elevados. Quer manter seu lugar de importância, manter tudo o que foi conquistado pela família e segue assim pela vida: defendendo e preservando o passado, o status, a tradição, a propriedade, a família e a fé. Tende a obedecer mesmo quando gostaria de rebelar-se e a defender mesmo quando tem vontade de atacar.
A segunda pergunta a se fazer é: qual irmão é o sucessor? As características acima podem ser atenuadas ou reforçadas se o primeiro filho é menina ou menino, se tem um ou mais irmãos ou irmãs.
O que chega em segundo lugar vislumbra um trono ocupado. Então ele vai buscar inconscientemente os pontos fracos do primeiro onde tentara superá-lo. Não dá tanta importância as convenções e tradições seguidas pelo irmão mais velho. Na ânsia de superação, ou de chamar a atenção, pode “correr fora dos trilhos”. Carrega um fardo mais leve pois não tem que preservar nada e não consegue suportar muita pressão. Tende a ser mais lento, sonhador, sentimental.
Pode haver desarmonia quando ao primeiro filho é dada a tarefa do segundo ou este tem de assumir as funções do primeiro.
Quando chega percebe que já existem dois irmãos brigando por um lugar ao sol. Sente-se negligenciado, rejeitado, o que pode levar a duas atitudes: lutar para conquistar o que lhe é negado ou construir um muro de proteção contra o “mundo hostil”. É comum um sentimento de inferioridade e desconfiança em relação as outras pessoas. Almeja muito alto, muda de objetivo e por isto não consegue conquistar aquilo que se propõe. Quando consegue o conquistado não lhe satisfaz: sempre quer mais. Tenta correr com tudo (inclusive na fala), vacila e cai. A vida para ele não é pacífica e nem regular. Por outro lado, se apresenta como o visionário, o homem do futuro, aquele que traz o novo.
Os próximos irmãos repetem as funções dos três primeiros de forma atenuada. Assim, o quarto filho pode assumir as características do primeiro; o quinto filho é como o segundo; o sexto como o terceiro e assim por diante.
Existem outros pontos de vista sobre estas influências na vida de cada um. Contudo o essencial não é acreditar e sim observar, perceber que dinâmica influencia minha vida e como lido com ela.
Sugerimos que leia também: O mundo da criança: vida intrauterina e nascimento
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