O fim do relacionamento pode ser apenas o começo! Parte I

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O fim do relacionamento pode ser apenas o começo! Parte I

O fim do relacionamento

pode ser apenas o começo…

Oras, devem estar pensando?

Quando é que o fim de um

relacionamento se torna algo bom?

Depende. Se foi de comum acordo, perfeito! E quando não? Falemos desse fim especificamente, afinal em mundo de amores relâmpagos e finais sempre sem muito sentido, (será mesmo?) vale a pena uma reflexão.

A palavra fim, neste contexto, carrega um peso difícil de carregar. Sinônimos não faltam, fracasso, perda, dano. E que comecem, como diriam na lá minha terra “a ladainha” ou como dizem por aqui o “mimimi”. Mulheres principalmente, (não estou afirmando que homens não sintam, por favor), porém somos mais sensíveis e expomos sentimentos com mais facilidade. Fomos educados assim. Confessem, eu sei, choram muito e com pesar. Parecemos ás antigas carpideiras. Para os que não sabem, carpideiras eram mulheres contratadas para chorar em velórios, onde não havia ninguém que chorasse pelo finado.

Nesse caso aqui, ninguém morreu mesmo, eu hein. Pensem, apesar das dores emocionais, não as desmerecendo, vou explicar mais abaixo, foi apenas mais um adeus ou quem sabe, um novo oi. Voltando ao texto, acreditem ambos os lados sentem. Por esse motivo, escreverei para ambas as partes, para ser justo.

Todos saem, de certa forma, feridos.

Somos programados para sentir somente o nosso “calo” obviamente, e nesse momento toda e qualquer empatia, se esvaem, mas lembrem-se, havia duas pessoas na história. Mesmo que, um dos lados já tivesse um começo programado com outro alguém, (muito feio isso na verdade, mas acontece e muito) ou simplesmente não quisesse mais por “n” motivos, houve um esforço por parte desta pessoa para o desfecho e isso também não deve ser nada fácil. Todos saem de certa forma, feridos.

Quaisquer coisas que remeta ao passado, logo ali atrás, traz uma dor no peito. Ouvir aquela música? Nem pensar! Assistir aquele filme? Nunca mais! Comer algo que costumávamos partilhar, nos obriga durante um tempo em nem pensar em comprar ou fazer a tal comida, com medo de termos dores no estômago, tamanha dor que traz.

E falando mais cientificamente sobre essas dores, que muitas vezes são vistas como “dramalhões”, estudos recentes feitos na Universidade de Michigan, nos EUA, através de ressonâncias magnéticas funcionais, indicam que, dores emocionais doem tanto quanto as físicas, como se fossem queimaduras de terceiro grau. Essa dor ativa um lado do nosso cérebro que nos leva a ter a sensação de aflição, como dores no peito, falta de ar, enjoos. Isso porque, quando éramos nômades, era de extrema importância viver em grupo para sobrevivermos e levar nossos genes adiante.

Fazíamos de tudo para não sermos rejeitados pelo grupo ao qual pertencíamos. Esse ensinamento ancestral está em nosso cérebro primitivo, e realmente a rejeição ou perda trazem dores físicas, no caso deste texto, “dor de amor, dói de verdade”, porém não há um remédio para combater o foco desta dor. E acreditem, a pessoa que se foi, também não é o tal remédio. O que fazer então?

“Viva essa dor”. Sim, porque não?

Costumo dizer às pessoas próximas a mim ou aquelas que vêm me pedir ajuda, quaisquer que sejam as suas dores, a perda de um ente querido, de um amigo(a), de um bichinho de estimação, ou o fim de um relacionamento, que é o tema deste texto, eu apenas digo, “Viva essa dor”. Sim, porque não? Afinal, está doendo, certo? Deixa fluir. Chorem, mas em casa, na intimidade, sozinhos(as) “pelamor”, sem lamúrias nas redes sociais, porque isso só atrairá a piedade dos outros e não ajuda em nada sermos vistos como coitadinhos(as).

Além de ser uma exposição desnecessária da nossa intimidade e da outra pessoa, isto pode acarretar conversas piorando ainda mais a situação. Caso não consigam ficar sem as redes sociais, postem coisas corriqueiras, banais, assuntos da atualidade. O mais indicado é dar um tempo, mas de forma alguma, nunca, jamais, postem a vida pessoal. Indiretas, então, ai socorro, isso só demonstra o quanto isso foi ruim e fará com que as pessoas tomem distância ou se aproximem por pena ou pior usem isso como arma contra vocês no futuro. Cuidado!

O oposto também é válido, se fazer de muito bem resolvidos(as) nas redes logo de cara, só afirma o oposto disso. As pessoas percebem, fica estranho, entendem? Mas isso é só um “toque”, façam o que acharem melhor, mas entendam que haverá consequências. Agora, em casa, na intimidade, não precisam ficar forçando essa condição. Tal conduta levará a dor a ficar em um canto do corpo (geralmente no coitado do cérebro) e em algum momento ela vai aparecer, e o pior, pode ser que seja no próximo relacionamento e isso seria certamente mais uma “futura morte programada”. Consultórios de terapias agradecem!

E tudo vai se repetir de forma cíclica!

Acreditem, vai se repetir mesmo. Não estou dizendo que é para ficar em casa sem fazer nada não, muito pelo contrário, ocupem essas “cabecinhas” de coisas úteis. Leiam, estudem, façam academia, vão passear com o cachorro, vão conversar com os vizinhos, vão viver, de forma saudável, sem sair batendo cabeça, tentando encaixar outro alguém logo de cara. Vocês gostariam de ser estepe? Pois é, ninguém gosta. Se respeitem neste momento. Saiam com os verdadeiros amigos, esses que são presentes de forma real e que sabem nos ajudar de verdade (e não poste essa “felicidade”, ela ainda é falsa, eu sei, você sabe, o mundo sabe, então se lembrem, discrição, se preservem). Essas coisas virão de forma natural e saudável com o tempo.

E é esse o ponto principal da vida,
aprender e evoluir!

Quando forem para suas tarefas, sim, a vida segue, seja na escola ou trabalho, porque as contas chegam, não é? Lembrem-se, as dores ficam em casa. Façam o que tiverem de fazer nas suas rotinas, com alegria, o mundo nada tem haver com isso, mas ao chegarem em casa, no quarto, ai sim, vivam seu lamento solitário e acima de tudo, aprendam com ele. Não perturbem ninguém, não nesse primeiro momento, isso pode piorar e principalmente, fiquem longe do(a) ex. Ficar olhando se tá on no “zap”, no face, olhar fotos juntos, traz ansiedade e ostracismo, sem vitimização, isso além de ser uma passação inútil de mão na cabeça, não traz crescimento interior. E é esse o ponto principal da vida, aprender e evoluir!

“Ai, mas tá doendooooo… é difíciiiilll”.
”Eu seeeeiiiiiii!”, acreditem, eu sei o que
é viver o fim de um relacionamento.
Mas, o que está doendo, afinal?
Já pensaram bem direitinho sobre isso?

O fundamento do silêncio é reflexão. Não mintam pra vocês mesmos(as). Vamos lá? Refletir as “dolor causis”. A rejeição? O orgulho ferido? O costume de ter alguém? O(s) erro(s) que causaram a derradeira separação? Aquele ideal de amor, tão lindo, jogado no outro de forma tão irresponsável? É nós fazemos isso, não arregalem esses olhos não, todos fazem. Admitir pode ser um bom começo para a cura. O que dói? Por que dói? Por que chegou a esse ponto? Qual nossa responsabilidade sobre isso? E por que é tão importante? Era tão bom assim para tanto?

E por favor, pensar no que o outro(a) fez, deixou de fazer, no que pensa ou deixou de pensar, isso é problema dele(a), não seu! Nossa, são tantas perguntas, que dá para ocupar bem o tempo, certo? Estão entendendo onde eu quero chegar? Citando um trecho do texto do Professor Marcel Camargo… ”tropeçar faz parte da vida, mas se apegar a pedra é patológico”. Pura verdade. Parem! Chega! Agora!

Entendam que faz parte da vida. Só isso. Hoje em dia então. A “pedra” (não de forma pejorativa) pode ser até um novo meio de começarmos a nos enxergar de uma forma diferente, que na verdade é o que verdadeiramente importa nesse momento.

Vou parar por aqui, senão vira textão, e essa primeira parte tem por objetivo trazer apenas reflexão. Não tenham vergonha em sofrer, de admitir erros, somos humanos(as) oras. Ser auto deliberativo pode doer. É gente, crescer dói, mas aprender com isso pode ser lindo! Basta querer e fazer. Acreditem, vale o esforço, mas isso fica para o próximo texto.

Boa reflexão!

Leia também: Nasceríamos mulheres todas as vezes que nos fosse dada a escolha

Rubia Zanettini
Rubia Zanettini
Nascida em Capão Bonito, interior paulista. Uma “pé vermeio" com muito orgulho. Não sou jornalista e não sou escritora. Prefiro me definir como escrevedora. Escrever é um atrevimento e por amor tão somente. Formada professora nos bancos da escola. Micro empresária na área de Informática. Apreciadora de artes. "Meus textos basicamente são conversas com os leitores. Acredito que todos têm a contribuir com suas vivências. Cada ser carrega isso dentro de si, apenas esperando o despertar correto, que possam vir através das letras em forma de diálogos. Nada é estático ou absoluto no Universo. Meus textos buscam esse foco. Sinto por vezes, que o nosso planeta, no nível de consciência humana, está à parte dele, e isso tem nos deixado perdidos quanto a nossa verdadeira missão ao ter vida, que é simplesmente viver, evoluir, sem transgredir nossas raízes ancestrais e culturais. Se conhecer, aprimorar e crescer." Saiba mais sobre Rúbia    
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