Gestão de Pessoas: passivo ou ativo nas Organizações?
Stephanie é consultora empresarial e presta consultoria para uma empresa de médio porte. Hoje, após uma reunião gerencial ela foi questionada por um dos gestores da área contábil. Ele olhou bem nos seus olhos e lhe perguntou: O RH é um passivo ou ativo? Esta pergunta lhe incomodou. Como assim? Será que não está claro para todos, que o capital humano é o diferencial competitivo das organizações? Depois de refletir horas e horas sobre a pergunta, Stephanie concluiu: infelizmente essa dúvida permeia a mente de muita gente. Será por incompetência dos gestores de Pessoas, por culpa das Faculdades ou mesmo pela nossa cultura?
Neste caso o mais importante não é procurar a causa ou um culpado e sim, aproveitar a oportunidade do questionamento para esclarecer qual é a verdadeira função da Gestão de Pessoas dentro da organização.
As pessoas representam o potencial individual e formam o capital intelectual das organizações. Isso é fato. Mas, Gestão de Pessoas é uma área que executa uma atividade meio (aquela que não gera fonte de receitas). Talvez por isso muita gente ainda veja o RH como um “passivo.” Outro fator dificultador do RH é não gerenciar as áreas que influencia, já que é um órgão de linha com função de staff, ou seja, tem o papel de assessorar os demais setores. Esta função, embora seja muito relevante, às vezes é mal compreendida pelas demais gerências. Demonstra também certa dificuldade de mensurar a área em valores financeiros, de trabalhar com métrica.
Percebe-se ainda a imprecisão do perfil adequado para o cargo de gestor da área. Afinal, quem pode ser o gestor de pessoas? Qual a sua formação? Quais são as suas habilidades e competências? Não existe um perfil definido. Em principio, todos são candidatos em potencial, já que as organizações necessitam cada vez mais de profissionais com competências financeiras, analíticas, de Marketing e de gestão de riscos para medir o impacto do capital humano nas empresas e para atrair e reter os melhores profissionais. Hoje, o gestor de Pessoas necessita trabalhar com métricas e dados. Como a área é muito intangível, esses instrumentos são importantes aliados para orientar o desempenho do negócio, diante de estratégicas complexas, como identificar o candidato certo para o cargo, mensurar com precisão a avaliação de desempenho etc.
Apesar de problemas históricos, é inegável que a Gestão de Pessoas passa por um extraordinário momento de renovação.
Diante disso, Stephanie se perguntou: então, como tornar a área de Gestão de Pessoas conhecida e valorizada como um “ATIVO”? Claro, respondeu para si mesma. Basta lembrar-se da música do Geraldo Vandré – Pra não dizer que não falei das Flores: – “…Vem vamos embora que esperar não é saber. Quem sabe faz a hora não espera acontecer…”
Isso significa que temos de Ser e Demonstrar que Gestão de Pessoas é uma área estratégica. Que necessita conhecer bem os processos e o mercado, atuando de forma mais criativa, inovadora e moderna. Ter uma visão macro, alinhada aos objetivos, aos processos, as políticas, as estratégias e cultura organizacional, sem perder de vista os detalhes. Ainda, saber compartilhar a missão, visão e os valores da empresa, cuidando do negócio por meio das pessoas e alcançar os resultados com sustentabilidade financeira e social. Caso contrário, correrá o risco de cair no RH operacional.
O gestor de pessoas entre outras atividades tem o desafio de promover a interface com toda a organização, exercer as funções gerenciais, de liderança, de coaching e muito mais, como: criar o engajamento entre os colaboradores, gerar competências e capital intelectual. Este último pode ser definido como a inteligência, o conhecimento, habilidade e experiências. Além é claro, saber gerenciar o conhecimento existente. Ressaltamos que as organizações possuem dois tipos de conhecimentos: o explícito – aquele que pode ser escrito e facilmente compartilhado, disponível como informações processadas e armazenadas, apostilas, artigos, livros etc. e o tácito – o conhecimento vivencial. Fruto das experiências de vida. Entretanto, este tipo de conhecimento (tácito) é mais difícil de acessar, de ser registrado, e compartilhado.
Neste sentido podemos afirmar que saber gerenciar o conhecimento existente dentro da organização é um diferencial, pois se trata de um ativo intangível, que jamais se tornará commodities.
Portanto, conclui a Stephanie – Gestão de pessoas é um dos principais ativos intangíveis e mais valiosos das organizações, pois trabalha com gente. Quanto mais à empresa investir na estratégia, na inovação, na gestão do conhecimento, no treinamento e desenvolvimento dos colaboradores maior será a rentabilidade, a competitividade e sustentabilidade do empreendimento.
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