As mulheres são diferentes dos homens na maneira de liderar? Existe mesmo um jeito feminino de liderar pessoas e executar tarefas, ou tudo não passa de mito? A resposta é sim. Existem diferenças marcantes. As mulheres são diferentes dos homens na maneira de liderar.
A mulher, pelo seu estilo transformador, descobre as potencialidades das pessoas, estabelece parcerias, alinha as diferenças e consegue obter o comprometimento da equipe. Este tipo de liderança é essencial às organizações desse novo milênio, pois para assegurar a perenidade dos negócios, as empresas necessitam de profissionais com capacidade e habilidade para ousar e antecipar-se às demandas mercadológicas, segundo Drucker (2001). As empresas estão mudando e descobrindo que essas habilidades das executivas são indispensáveis no novo modelo de gestão.
A participação da mulher no mercado de trabalho evoluiu de 58,2% para 59,1%, de acordo com pesquisa realizada pela Secretaria do Trabalho, Desenvolvimento Social, Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos, em parceria com a Companhia de Planejamento (Codeplan) e o Dieese (2016). Mesmo com este crescimento e com o nível de escolaridade superior aos dos homens, (36% delas possuem ensino superior, contra 30% dos homens), as mulheres recebem em média 20% menos do que eles, no mesmo espaço ocupacional. No mundo empresarial apenas 37% das mulheres ocupam o cargos de alta direção e somente 10% estão no topo, no nível de CEOs nas grandes empresas brasileiras. Talvez a escassez de mulheres nos cargos mais altos se deve à sua falta de motivação para as funções gerenciais, pois as mulheres preferem coordenar a mandar, afirma Todaro et al (2002).
“Temos que entender que a mulher
enfrenta a dura realidade de
conciliar três funções: a profissional,
a de esposa e a de mãe.”
Temos que entender que a mulher enfrenta a dura realidade de conciliar três funções: a profissional, a de esposa e a de mãe. Administrar essa “tripla jornada” de trabalho, com a exigência social de ser bem sucedida nas três atribuições, não é tarefa fácil. Para assumir essa missão sem estresse, desgaste físico e emocional, é necessário o apoio de todos os envolvidos, o que na prática nem sempre acontece.
Aparentemente as conquistas femininas no mercado de trabalho podem parecer insuficientes, de acordo com a radiografia atual, mas do ponto de vista histórico, os avanços são significativos considerando que as mulheres têm conquistado sucesso, reconhecimento e resultados positivos por meio de sua competência, dedicação e empenho, não medindo esforços para encarar novos desafios.
A valorização do estilo feminino marca uma nova fase na história das mulheres no mundo dos negócios. As qualidades que definem o estilo feminino de liderar não são características exclusivas de mulheres.
Porém, são identificadas com maior frequência no gênero feminino. O chamado sexto sentido, por exemplo, foi por muito tempo subestimado, mal compreendido e visto como inútil no mundo dos negócios.
O aumento da popularidade do uso da intuição para solucionar problemas nas empresas pode ser atribuído a três fatores: Primeiro – a abordagem intuitiva permite que executivos lidem com situações complexas, quando têm em mãos menos dados quantitativos. O segundo ponto que valoriza a intuição é que ela liberta a mente para a criação. Em vez de basear-se exclusivamente em fatos e dados conhecidos, a pessoa com habilidades intuitivas é capaz de formular caminhos originais.
Por fim, a intuição vem ganhando força devido às preocupações das empresas com a efetividade na gestão e integração das equipes de trabalho. A sensibilidade e a intuição trabalham juntas para fornecer aos executivos dados úteis sobre a percepção e as atitudes dos funcionários. Elas tornam possível ao executivo estar sintonizado com sua equipe, amplificar o que é apenas mencionado e, com frequência, enxergar o invisível.
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A visão feminina procura encorajar a participação dos funcionários e a divisão de responsabilidades. As empresas podem se beneficiar desse estilo de liderança principalmente em projetos de longo prazo, nos quais a qualidade de relacionamento no time é decisiva para o resultado do trabalho.
Também com a valorização e reconhecimento da educação corporativa (Treinamento e Desenvolvimento) nas organizações, a participação feminina se torna essencial. Não se sabe ao certo a razão, mas muitos especialistas em comportamento feminino afirmam que as mulheres tendem a ser mais pacientes para ensinar pessoas. Talvez porque as lições aprendidas na infância são carregadas para o local de trabalho, diz Déborah Tannen (2001). O fato é que as mulheres buscam mais intensamente o desenvolvimento da equipe e procuram compartilhar mais seus conhecimentos.
O papel da mulher na sociedade deve ser discutido não apenas em termos de mercado de trabalho, mas dentro de uma perspectiva abrangente de democracia e com uma visão estratégica de minimizar a exclusão social. A ação das mulheres, principalmente no século passado, foi fundamental para inserir na sociedade a democracia social, que tem como princípio a igualdade de gêneros, Beauvoir (1997).
O certo é que, com a conquista do poder feminino, a sociedade, especialmente, as organizações, ganharam uma dimensão mais humana ao reconhecerem as diferenças entres os gêneros e, ao mesmo tempo, criaram novos caminhos para uma complementaridade inovadora e maior equilíbrio nas relações homens e mulheres.
E você, tem alguma experiência de empoderamento feminino? É ou já foi líder de algum projeto, alguma gerência ou diretoria? Deixe seu comentário no espaço para discussão, logo abaixo da página. Compartilhe suas experiências, sua opinião.
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