Estamos em tempos de falar e valorizar a empatia e as habilidades associadas a ela, porém praticá-la é um grande desafio! Como se “despir” de seus conceitos e preconceitos, do seu julgamento, deixar de lado seus valores e crenças para conseguir “vestir”, enxergar e sentir o mundo com os olhos, o pensar e o sentir da outra pessoa?
A verdade é que vivemos em um “Multiverso”. Como psicóloga preciso me tornar cada vez melhor em empatia, fundamental nas profissões de ajuda. Como ajudar o outro verdadeiramente, na perspectiva do que ele necessita (e não do que EU acredito que ele necessita)? Isso só é possível com uma entrega de alma, que estabeleça conexão com o Outro mesmo que eu tenha visões, valores, crenças e tudo o mais, diferentes.
Traga à sua lembrança uma ocasião em que você se sentiu profundamente compreendido, acolhido, respeitado por alguém. Volte no tempo e repasse o filme em câmera lenta e em detalhes:
Quem era essa pessoa? Onde você estava? O que fez essa ocasião especial? Que palavras, tom de voz, comportamentos, gestos essa pessoa usou? O que gerou a sensação de ser compreendido e acolhido? Como e por quê essa experiência foi importante? Ela afetou o que você sentia ou pensava na ocasião sobre a situação ou sobre você mesmo? Que diferença essa experiência faz na sua história?
Quando precisar ouvir alguém de forma empática respire fundo e se prepare a partir desta experiência, pegando emprestado os olhos, os ouvidos, o sentir e os comportamentos dessa pessoa significativa, sem julgamento. Isso certamente fará muita diferença!
Eu já ajudei pessoas e casais a resgatarem o respeito, a confiança, a dignidade e a força da relação trabalhando de forma profunda a empatia. Posso afirmar que, em muitos casos, esta salvou a relação! Um caso especial ficou registrado em minha memória com muito carinho. Atendi esse casal há anos, quando estavam em fase de grande discórdia, conflitos e à beira da separação. Tenho claro e guardado o ponto em que o processo deu uma guinada: quando conseguiram enxergar um ao outro de forma empática! Tenho notícias de que estão juntos até hoje e são felizes. Continuam exercitando a empatia, a tolerância e o respeito às diferenças.
Quando alguém me conta que sofre, ou que ama, ou que tem saudades, o que essas coisas significam? O que significa para a Denise “sofrer”? Como é “amar” para Marcos? Quando se trata de empatia, a pressa em tirar conclusões sobre as experiências e as vivências do outro é uma grande inimiga. Não temos todo o tempo do mundo, é verdade. Mas podemos desacelerar e praticar este que considero um dos mais difíceis e importantes exercícios na vida: o de caminhar com os sapatos do outro. E quanto mais praticamos, melhor nisso ficamos! Boa prática!
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Entre os 6 a 22 de dezembro, nossos autores parceiros estarão publicando diariamente conteúdos sobre empatia, cada um dentro de sua área de saber, compartilhando aprendizados, histórias e experiências que possam inspirar e despertar a empatia. Acompanhe!!!
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